Resumo


A literatura recente sugere que a fadiga mental piora o desempenho de atletas durante testes contrarrelógio (TT) de ciclismo. Assim o objetivo deste estudo foi verificar se a cafeína poderia reverter ou bloquear os efeitos negativos da fadiga mental em um contrarrelógio de 20km (TT20km). Métodos: Doze ciclistas treinados, com experiência em TT há pelo menos 2 anos, e nível de performance > 3 (34.3 ± 6.2 anos; 179.3 ± 5.1 cm; 77.6 ± 6.8 kg; 13.8 ± 4.5 % de gordura corporal; 58.9 ± 6.2 ml.kg-1.min-1; 367.0 ± 32.5 WPEAK), realizaram cinco visitas ao laboratório: 1) PRELIMINAR: para seleção dos sujeitos e familiarização com os instrumentos; 2) CONTROLE: foram realizadas três contrações voluntárias isométrica máxima (CVM), cujo maior torque encontrado entre elas definirá o valor de 70% para contração voluntária isométrica submáxima (CVIS) nas sessões seguintes. Posteriormente a CVIS, foi realizado o TT20km sem manipulação cognitiva ou suplementação; 3) FADIGA MENTAL (FM): execução do teste de atenção sustentada (RVIP), CVIS e TT20km respectivamente; 4) PLACEBO: ingestão da cápsula de placebo (FM + PLA) em seguida teste de RVIP, CVIS e TT20km; 5) CAFEÍNA: ingestão de cafeína (FM + CAF), consequentemente realizaram o teste de RVIP, CVIS e o TT20km). A atividade cerebral do córtex pré-frontal e córtex motor primário foi analisada por meio de eletroencefalografia (EEG) registrada antes e depois do teste RVIP. Igualmente, EEG do córtex pré-frontal e motor primário foi registrada durante uma contração voluntária isométrica submáxima, realizada antes do TT20km. Para as análises de comparações entre pré e pós tarefa cognitiva de atenção sustentada utilizou-se um teste T-student. Para as comparações múltiplas analisou-se por modelo misto entre a condição e a distância no TT20km, quando necessário o teste de Bonferroni foi utilizado. Resultados: CAF melhorou o desempenho em ciclistas mentalmente fatigados em ~ 1.8 % para FM e ~ 1.7 % para PLA (p = 0.00) e aumentou ~ 4.4 % para FM e ~ 3.6 % do que o placebo de WMEAN em FM + CAF (p = 0,00). A ativação cortical aumentou em ~ 4.8 % nas ondas teta de EEG após teste RVIP em FM e reduziu em FM + CAF ~ 8.8 % e FM + PLA ~ 4.8%. A razão entre PSE e WMEAN foi menor em FM + CAF do que nas outras condições (p = 0.01). Os ciclistas apresentaram maior motivação nos primeiros 2 km em FM + CAF comparado a FM e FM + PLA (p = 0.02) e maior afeto nos últimos 2 km em FM e FM + CAF do que FM + PLA (p = 0.01). Uma menor ativação cortical durante a CVIS e uma maior eficiência neuromuscular foi identificada na condição FM + CAF (p = 0.03). Conclusão: A CAF bloqueou os efeitos negativos da fadiga mental no CPF, melhorou o desempenho, diminuiu a PSE durante TT20km e aumentou a eficiência neuromuscular
 

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