Efeitos da Liberação Miofascial na Cervicalgia: Uma Revisão Sistemática
Por Raissa Lôbo de França Cavendish de Souza (Autor), Suanny Santana da Silva (Autor), Daniel Dominguez Ferraz (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 28, n 3, 2020.
Resumo
A incidência de cervicalgia tem crescido nos últimos anos, sendo
considerado um dos problemas osteomusculares mais onerosos. Dentre as diversas técnicas utilizadas na fisioterapia para o tratamento da cervicalgia, destaca-se a terapia manual que favorece a reações fisiológicas, promove a liberação de pontos gatilhos e o relaxamento da musculatura da região cervical. A liberação miofascial é uma técnica de
terapia manual que consiste na realização de movimentos suaves de cisalhamento entre a pele e a fáscia muscular. Esta técnica tem sido utilizada frequentemente na prática clínica para o tratamento de diversas disfunções osteomusculares, deste modo tornou-se importante analisar as repercussões da técnica em relação ao quadro clínico da cervicalgia. Diante desses aspectos, o objetivo do estudo foi verificar os efeitos da
liberação miofascial em indivíduos com cervicalgia. Foi realizada uma revisão sistematizada dos estudos publicados no período de abril a junho de 2019 nas seguintes bases de dados: PEDro, LILACS, PubMed/Medline, Scielo e Cochrane Library. Foram utilizados como descritores em inglês, os termos “Myofascial release” AND “Neck pain”. Após a busca, foram encontrados 29 estudos e analisados de acordo com os critérios pré-estabelecidos, ao final, apenas 5 estudos randomizados controlados foram selecionados para avaliação integral dos dados. Diante da análise, concluiu-se que a liberação miofascial pode ser uma técnica eficaz em indivíduos com cervicalgia, promovendo efeitos benéficos na funcionalidade e melhora da dor. Por se tratar de uma das técnicas da terapia manual, a liberação miofascial não apresenta alto custo e possui fácil aplicabilidade na prática clínica. Porém, há escassez de estudos que avaliem seus efeitos por longos períodos em indivíduos com cervicalgia. Desta forma, faz-se necessário mais estudos que utilizem protocolos de intervenção com liberação miofascial na cervicalgia e, posteriormente, reavaliem suas amostras para que os efeitos da técnica a longo prazo sejam evidenciados.