Efeitos da potencialização pós-ativação por implementos de diferentes quilagens na performance de atletas de lançamentos no atletismo: estudo piloto
Por Flávio Barbosa Da Cruz (Autor), Thiago De Assis Neves (Autor), Ricardo Luís Fernandes Guerra (Autor), Deborah Sena Da Silva (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
As provas de lançamentos do atletismo requerem elevada potência muscular dos atletas para o desempenho ótimo durante as competições. Diferentes métodos são utilizados para aprimorar esta condição como a Potencialização Pós-Ativação (PPA) que se destina a maximizar a produção de força quando da realização de exercícios próximos do máximo previamente às ações executadas. Entretanto, a literatura ainda é insipiente em relação aos efeitos do PPA como estratégia durante o aquecimento por atletas de lançamentos que o fazem por meio da técnica especifica das provas em questão e com diferentes quilagens de implementos. Objetivo: Verificar se a realização do PPA durante o aquecimento, utilizando a execução do movimento técnico como implementos pesados ou leves podem ser eficientes no ganho de desempenho de lançadores. Métodos: Participaram do estudo três (03) atletas (um masculino) com média de 26,66±4,16 anos de idade, massa corporal de 92,53±22,84kg, estatura de 1,75±0,10m e porcentagem de massa magra de 29,53±3,01%, das provas de lançamento de dardo, martelo e arremesso de peso da categoria adulta. Os testes foram realizados em pista oficial de atletismo. No primeiro dia, foram realizadas avaliações antropométricas e anamnese. Entre o segundo e quarto dia (com intervalo de 24h), os atletas executaram as estratégias de lançamento e arremesso com quilagens acima da do implemento oficial (Martelo 4kg, Dardo, 600g e Peso 7,260kg) para a categoria e sexo, PPA+ (Martelo feminino, 5 kg; Dardo feminino 700 g; Peso masculino 8kg), e abaixo, PPA- (Martelo feminino, 3kg; Dardo feminino, 400g e Peso masculino, 6kg). O protocolo de aquecimento foi de 15 minutos com corrida outdoor, alongamentos ativos, exercícios balísticos dos membros superiores e inferiores. Na sequência, de forma aleatória, foi realizado três lançamentos máximos com implemento pesado (ou leve), com dois minutos de pausa entre as tentativas. Após isso, os atletas simularam uma competição, com 6 tentativas de lançamentos com implementos oficiais tendo intervalos de 6 a 12 minutos entre cada lançamento ou arremesso. As avaliações com PPA+ ou PPA- foram realizadas em dias distintos. Para observar possíveis diferenças entre as estratégias foi aplicado o teste t-student para amostras relacionadas. O nível de significância estatístico foi fixado em p < 0,05. Resultados: A média dos valores de lançamentos foram superiores para a estratégia PPA- nas provas do Peso (15,05±0,32 x 15,64±0,56, p = 0,028) e Dardo (48,34±1,00 x 50,43±0,62, p=0,001) e superior quando do PPA+ para o Martelo (47,80±1,46 x 45,60±0,70, p=0,016). Conclusão: A estratégia da utilização do PPA com quilagens maiores que as dos implementos oficiais parece ser eficaz quando da prova do lançamento do martelo, ao passo que com quilagens menores, para o Arremesso do Peso e Lançamento do Dardo. No entanto, com a limitação do n amostral, novas pesquisas devem ser executadas sobre essa temática.