Efeitos da suplementação de citrulina malato sobre os níveis de dor muscular durante a recuperação após exercício resistido em homens jovens
Por Walquiria Batista de Andrade (Autor), Jeferson Lucas Jacinto (Autor), Douglas Kratki da Silva (Autor), José Maria Estoche (Autor), Mirela Casonato Roveratti (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Prévios estudos sugerem que a suplementação de citrulina malato (CM) pode aumentar a perfusão sanguínea durante exercício (mediante aumento da produção de óxido nítrico e consequente vasodilatação), e melhorar a taxa de síntese protéica muscular em diferentes condições fisiológicas. Por conseguinte, a suplementação de CM poderia melhorar a função muscular e acelerar o processo de recuperação pós-exercício resistido. No entanto, esta hipótese ainda permanece não esclarecida. OBJETIVOS: Investigar os possíveis efeitos da suplementação isolada de CM sobre o índice de dor muscular (como indicador de recuperação muscular) após uma única sessão de treinamento resistido (TR) em homens jovens. MÉTODOS: Foi empregado um desenho crossover e duplo cego, na qual 09 homens jovens (24 3,3 anos) não treinados foram suplementados com CM (6g/dia) e placebo (PLA, 6g/dia), em dois momentos análogos (M1 e M2), separados por um período washout de 1 semana. Em cada momento (M1 e M2), os participantes foram submetidos a 1 sessão de TR (3 séries de 10 repetições à 90% de 10RM) envolvendo dois exercícios para o músculo quadríceps (leg press e agachamento hack), e 3 subsequentes sessões (24, 48, e 72 horas após a sessão de TR) de teste de fadiga muscular (1 série até a fadiga voluntária, com carga para 10 RM). Antes de cada sessão, os participantes foram orientados a informar o nível de dor muscular momentânea, mediante a aplicação de uma escala visual analógica de 10 cm (como indicador indireto de recuperação muscular). A suplementação de CM e PLA foi realizada 60 minutos antes das sessões de TR e testes de fadiga, considerando as propriedades farmacocinéticas da CM. A carga para 10 RM foi determinada mediante a realização de duas sessões alternadas de teste para cada exercício (leg press e hack), antes do momento M1. Os dados foram avaliados por meio de testes de ANOVA para medidas repetidas, complementado pelo teste post-hoc de Bonferroni. RESULTADOS: Houve um similar índice de dor muscular nos momento 24 e 48h entre grupos CM e PLA, que foi significantemente (P < 0,05) reduzido após 72h de recuperação. Todavia, nenhuma diferença significante (P > 0,05) foi observada entre os grupos. CONCLUSÃO: O aumento no índice de dor muscular induzido pelo exercício resistido não foi atenuado pela suplementação de CM, indicando que a utilização deste suplemento pode não ser eficaz para melhorar o processo de recuperação muscular.