Resumo

A proteína do soro do leite (whey protein) tem sido adotada como uma boa alternativa para o aumento da ingestão protéica, visto que possui alta qualidade biológica e digestibilidade, bem como propriedades terapêuticas ainda pouco exploradas, como efeito anti-inflamatório e antioxidante. Assim, a proposta deste estudo foi analisar o efeito da suplementação de whey protein (WP) associada ao treinamento com pesos (TP) sobre a força muscular, a composição corporal, a capacidade funcional, a hidratação celular, os fatores de risco cardiometabólico e o estresse oxidativo em mulheres idosas treinadas. Para tanto, 70 mulheres (≥ 60 anos) fisicamente independentes foram selecionadas e separadas aleatoriamente em três grupos, a saber: (1) grupo que ingeriu 35 g de placebo antes e 35 g após sessão de TP (PLA-PLA), (2) grupo que ingeriu 35 g de WP antes e 35 g de placebo após sessão de TP (WP-PLA) e (3) grupo que ingeriu 35 g de placebo antes e 35 g de WP após sessão de TP (PLA-WP). Todos os grupos foram submetidos a um único programa de TP, composto por oito exercícios para o tronco, membros superiores e inferiores que foram executados em três séries de 8-12 repetições máximas, com uma frequência de três sessões semanais durante 12 semanas. Os suplementos de whey protein e placebo (maltodextrina) eram isocalóricos e foram consumidos somente nos dias de treinamento. A composição corporal foi avaliada por meio da densitometria de raio de dupla energia (DEXA) e consumo alimentar por meio do recordatório de 24 h. Para avaliação da força muscular foi aplicado o teste de uma repetição máxima (1-RM) e para analisar a capacidade funcional das participantes foram aplicados dois testes: levantar da posição sentada e caminhada de 10 metros. O ângulo de fase e a água corporal total e suas frações (intra e extracelular) foram determinados por bioimpedância mulltifrequencial. Glicose, insulina, índice HOMA, lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), colesterol total (CT), triglicerídeos, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-6 e a proteína C-reativa foram determinados em jejum. A pressão arterial de repouso foi mensurada por meio de equipamento automático. Interação grupo vs. tempo (P < 0,05) revelou aumento de massa muscular (WP-PLA = 3,4%; PLA-WP = 4,2%; PLA-PLA = 2,0%), de força muscular (WP-PLA = 8,1%; PLA-WP = 8,3%; PLA-PLA = 7,0%) e de água intracelular (WP-PLA = 5,5%; PLA-WP = 6,6%; PLA-PLA = 3,5%) nos grupos suplementados quando comparados com o grupo placebo, independentemente do momento da oferta de WP. De forma similar, WP proporcionou melhoria do desempenho (P < 0,05) no teste de caminhada de 10 m (WP-PLA = -10,8%; PLA-WP = -11,8%; PLA-PLA = -4,3%), redução do ácido úrico (WP-PLA =- 8,3%; PLA-WP = -11,0%; PLA-PLA = -2,0%) e da relação CT/HDL (WP-PLA =-12,1%; PLA-WP = -13,2%; PLA-PLA = -0,7%). WP ingerido após o treino quando comparado com o placebo (P < 0,05) proporcionou uma redução da massa gorda total (PLA-WP = -3,1% vs. PLA-PLA = -0,3%) e da gordura do tronco (PLA-WP = -3,8% vs. PLA-PLA = -0,1%), além de melhoria da relação massa magra apendicular/massa gorda apendicular (PLA-WP = 5,8% vs. PLA-PLA = 1,3%). Os resultados sugerem que WP foi efetiva em promover melhorias na massa muscular esquelética, força muscular, água intracelular, capacidade funcional e relação CT/HDL em mulheres idosas pré-condicionadas, independentemente do momento da oferta da suplementação. Além disso, a proteína de soro de leite após o TP contribuiu para a redução da gordura corporal total e de tronco e para a melhoria da relação massa apendicular de massa magra / massa adiposa.

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