Resumo

Introdução: A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é amplamente usada para ganho de força. As correntes alternadas de média frequência (MF) e as correntes pulsadas de baixa frequência (PC) são comumente usadas e têm efeitos semelhantes na força evocada do quadríceps e no nível de desconforto em adultos saudáveis . No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos entre elas num programa de treinamento e sobre quais os melhores parâmetros para se induzir ganhos no desempenho muscular em atletas competitivos, incluindo-se jogadores de futebol. Dados comparativos sobre a fadiga causada pelas correntes também são escassos na literatura. Objetivo: 1) Avaliar a fadiga e caracterizar sua origem induzida por uma única sessão clínica de EENM usando dois diferentes tipos de correntes, pulsada (PC) e alternada (MF), em jovens adultos saudáveis. 2) Avaliar os efeitos de 6 semanas de treinamento, entre as mesmas correntes, sobre a arquitetura e o desempenho muscular de jogadores de futebol. Métodos: 1) Onze homens saudáveis foram submetidos a 2 sessões de EENM, PC e MF, sobre o quadríceps muscular (15 min de duração, 6 segundos de contração e 18 segundos de intervalo). Contração voluntária máxima (CVM), razão de ativação central (RAC), atividade eletromiográfica do vasto lateral (EMG), e propriedades contráteis evocadas foram determinadas antes e após as sessões. Torque evocado e desconforto durante as sessões foram também mensurados. 2) Além disso, um estudo experimental duplo-cego controlado e randomizado foi realizado com 33 atletas jogadores de futebol, divididos em 3 grupos: média frequência (MF, n = 12), baixa frequência (PC, n = 11) e grupo controle (GC, n = 10). Pico de torque voluntário (PT) e evocado (PT EENM) do quadríceps, arquitetura muscular, sinais de eletromiografia (EMG) do vasto lateral (VL) e nível de desconforto sensorial (EVA) foram avaliados antes e após a intervenção. O treinamento com EENM foi realizado 3 vezes por semana e composto por 18 sessões, 15 min/sessão, 6s de duração em cada contração com 18s de intervalo entre elas. Resultados: 1) Ambas as correntes produziram os mesmos decréscimos na CVM, EMG e propriedades contráteis evocadas após as sessões. Nenhuma diferença foi encontrada entre as correntes para todas as variáveis (p > 0.05). Torque evocado durante as sessões diminuíram (p < 0.05). Nenhuma diferença foi encontrada na média do torque evocado e nível de desconforto (p > 0.05). 2) Após o período de treinamento, a espessura muscular aumentou em ambos os grupos (p < 0.05). PT EENM aumentou somente no grupo PC (p < 0.05). Todas as correntes produziram níveis de desconforto similares (p > 0.05). Conclusão: Ambas as correntes induziram a mesma fadiga neuromuscular. Ademais, ambas produziram os mesmos efeitos na arquitetura e desempenho neuromuscular de atletas jogadores de futebol. Profissionais da saúde e treinadores podem escolher tanto MF quanto PC para alcançarem os mesmos resultados quando o objetivo for gerar ganhos na força muscular.

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