Resumo

O exercício em ambientes quentes impõe desafios à termorregulação e ao metabolismo, podendo comprometer a segurança e o desempenho. Estratégias de resfriamento, como imersão em água fria, crioterapia parcial, resfriamento local e ingestão de gelo, têm sido investigadas para atenuar os efeitos do estresse térmico. OBJETIVO: analisar por meio da literatura, os efeitos do resfriamento corporal aplicado em diferentes momentos do exercício sobre respostas termorregulatórias e metabólicas. MÉTODOS: A busca foi realizada nas bases PubMed e BVS utilizando descritores em inglês (Cooling, Exercise, Cryotherapy, Exercise Physiology) e português (Resfriamento, Termorregulação, Exercício físico), combinados por operadores booleanos AND(E) e OR(Ou) . Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2025, em português e inglês, envolvendo adultos ativos ou atletas submetidos a diferentes técnicas de resfriamento antes, durante ou após o exercício e foram excluídas duplicatas, revisões e estudos fora do tema. A qualidade metodológica foi avaliada pela escala PEDro para ensaios clínicos randomizados (n=8) e pelo checklist JBI para estudos quase-experimentais (n=4), revelando qualidade de moderada a alta. RESULTADOS: Dos 53 estudos identificados, 12 preencheram os critérios de inclusão. Os achados indicam que as estratégias de resfriamento reduziram temperatura central, frequência cardíaca e percepção de esforço, com maior destaque para ingestão de gelo e métodos combinados. No entanto, nem todos os estudos relataram melhora significativa no desempenho físico. De modo geral, os efeitos sobre performance variaram conforme o tipo de exercício, o momento da aplicação do resfriamento (pré, durante ou pós), o método empregado e a intensidade térmica do ambiente. CONCLUSÃO: Conclui-se que o resfriamento corporal contribui para a modulação das respostas fisiológicas ao calor, favorecendo o conforto térmico e a percepção subjetiva, mas apresenta efeitos menos consistentes sobre indicadores diretos de desempenho.

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