Resumo

Após o surgimento dos primeiros casos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), no início da década de 80, acreditou-se por muitos anos que o repouso e a preservação das reservas energéticas seria o ideal para esses indivíduos. Nos últimos anos o exercício físico regular para os portadores de HIV/AIDS têm atuado como importante intervenção, apontando inúmeros benefícios, por meio dos exercícios aeróbicos e resistidos. Com base nessas informações e preocupações, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos de 12 semanas de treinamento aeróbico e resistido na composição corporal, força, flexibilidade e resistência em indivíduos portadores de HIV/AIDS. Para isso, participaram do estudo 8 indivíduos portadores de HIV/AIDS, de ambos os gêneros, que realizaram exercícios aeróbicos e resistidos durante 12 semanas, com frequência semanal de 2 vezes, no Programa de Reabilitação do Instituto de Medicina do Esporte da Universidade de Caxias do Sul, RS. O treinamento aeróbico foi composto por 30 minutos em cicloergômetro e/ou esteira, com uma intensidade de 50% a 70% da freqüência cardíaca de reserva, obtida por meio do teste ergoespirométrico. O treinamento resistido foi contemplado por exercícios de força em aparelhos que trabalharam os principais grupamentos musculares, contendo em cada exercício: 3 séries de 12 repetições com 30 segundos de intervalo, e intensidade de 50 a 70%, estimada por meio do teste de 1RM, utilizando-se escala subjetiva de esforço de Omni-Res. As variáveis de composição corporal foram obtidas, por meio do método de dobras cutâneas; a perimetria, utilizando-se fita métrica, e o índice de massa corporal (IMC), por meio do peso e estatura. Os testes de aptidão física compreenderam: dinamometria de mãos; flexão de cúbito em 30 segundos, teste de sentar e levantar da cadeira; teste de agilidade e teste de flexibilidade do banco de Wells. Os dados foram tratados através do pacote estatístico GraphPadInstate e para as todas as variáveis utilizouse o teste de Mann-Whitney e o teste T de Student, ambos com índice de significância p<0,05.Os resultados demonstraram que não houveram diferenças estatisticamente significativas nas variáveis estudadas. Observou-se redução no IMC, com aumento do peso magro e diminuição do peso gordo, com consequente redução no percentual de gordura corporal. Constatou-se também aumento da força de membros inferiores e superiores e melhora na agilidade. Assim, concluise que o exercício físico promove adaptações positivas, remetendo esses indivíduos ao convívio social, aumentando sua autoestima, seu bem estar físico, clínico e psico-social. Sugere-se que novos estudos sejam realizados, com uma maior população e por um período superior a 12 semanas de treinamento, utilizando-se um número maior de sessões semanais.

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