Efeitos de 16 semanas de brain functional training e treinamento funcional na composição corporal de mulheres idosas
Por André FS Almeida (Autor), Marcos R. Pereira-Monteiro (Autor), Leury MS Chaves (Autor), Marzo E Da Silva-Grigoletto (Autor).
Resumo
A saúde da pessoa idosa é influenciada pela sua composição corporal, sobretudo quanto à diminuição da massa muscular e ao aumento da gordura corporal, fatores importan-tes em relação à funcionalidade e à mortalidade. E embora o Treinamento Funcional (TF), cujos exercícios apresentam transferência para as atividades da vida diária (AVDs), e o Brain Func-tional Training (BFT), que aplica o TF com maior atenção aos impactos provocados pela com-plexidade nas adaptações do sistema nervoso, tenham destaque na promoção de saúde nessa população, seus efeitos específicos na composição corporal ainda não estão bem estabelecidos na literatura. Objetivo: Avaliar os efeitos de 16 semanas de BFT e TF na composição corporal de mulheres idosas. Métodos: O estudo foi um ensaio clínico randomizado com 61 mulheres idosas alocadas em três grupos: Treinamento Funcional (GTF) (n = 18), Brain Functional Trai-ning (GBFT) (n = 21) e controle (GC) (n = 22). Foram realizadas avaliações antes da intervenção (PRÉ), após 16 semanas de treinamento (PÓS16) e após 16 semanas de destreinamento (DESTR). A composição corporal foi estimada através de análise de bioimpedância. Foram utilizados para análise o Phase Angle (PhA), já fornecido pelo aparelho e que está diretamente relacionado com a quantidade de água corporal e a integridade celular; e o Appendicular Lean Soft Tissue (ALST), alcançado pela fórmula [ALST(kg) = 5.982 + (0.188×altura2/resistência) + (0.014×circun-ferência de cintura) + (0.046×peso) + (3.881×sexo) − (0.053×idade)] e que estima a massa mus-cular apendicular. O treinamento para GTF e GBFT envolvia exercícios com tarefas semelhantes às AVDs, sendo que o GBFT contou com tarefas cognitivas simultâneas em 50% dos exercícios; já o GC participou de sessões de Tai Chi Chuan, seguindo os exercícios da sequência Baduanjin. Para comparação de médias foi utilizado o modelo misto generalizado, adotando um nível de significância de 5% p ≤ 0,05). Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para o PhA, em nenhum dos grupos, nem entre PRÉ e PÓS16 e nem entre PÓS16 e DESTR. Porém, para o ALST foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as avaliações para os três grupos, sendo: GTF (PRÉ: 6,7±0,7kg; PÓS16: 10,3 ± 0,7 kg Δ = 52% p < 0,001; DESTR: 6,2 ± 1,1 kg Δ = -39,3% p < 0,001); GBFT (PRÉ: 6,7 ± 0,6 kg; PÓS16: 10,3 ± 0,6 kg Δ = 54,4% p < 0,001; DESTR: 5,8 ± 0,8 kg Δ = -43,3% p < 0,001); GC (PRÉ: 6,6 ± 0,8 kg; PÓS16: 10,1 ± 0,7 kg Δ = 53,4% p < 0,001; DESTR: 6,0 ± 0,9 kg Δ = -40,2% p < 0,001). Conclusão: Com isso, em relação ao PhA não foram encontradas alterações significativas em nenhum dos treinamentos propostos. No entanto, em relação ao ALST, todos os grupos apresentaram um aumento considerável, au-mentando a massa magra apendicular em mais de 50% após 16 semanas. Também é importante destacar que após igual período de destreinamento todos os grupos apresentaram redução de ALST em proporções similares