Resumo

O processo de envelhecimento é acompanhado de declínios nos sistemas vesti-bular, visual e musculoesquelético, estes fundamentais para a manutenção do equilíbrio. No entanto, a prática regular de exercício físico melhora o equilíbrio de idosos. A prática de Trei-namento Funcional (TF), Tai Chi Chuan (TCC) e Treinamento Aeróbico (TA) podem mitigar esse declínio e retardar alterações fisiológicas. Porém, não há consenso na literatura sobre qual é superior na melhora do equilíbrio. Objetivo: Analisar os efeitos de oito semanas de TF, TCC e TA no equilíbrio de mulheres idosas. Métodos: Esse estudo é um ensaio clínico randomizado controlado, realizado em um período de oito semanas, com sessões trissemanais tendo uma hora de duração. A amostra foi de 135 mulheres idosas com idade entre 65 e 80 anos, alocadas em três grupos de intervenção: treinamento funcional (TF), treinamento aeróbico (TA) e Tai Chi (TC). O treinamento funcional foi organizado em circuito, dividido em três etapas: 1- prepara-ção para o movimento (exercícios de mobilidade, estabilidade e ativação); 2- neuromuscular 1, que estimula diferentes capacidades físicas; 3- neuromuscular 2, que estimula principalmente força. O treinamento Tai Chi Chuan, é organizado pela sequência do estilo Yang e dividido em três etapas: 1- preparação para o movimento; 2- bloco composto por exercícios dinâmicos; 3- bloco composto por exercícios isométricos. O treinamento aeróbico possui quatro blocos: 1- Preparação para o movimento; 2- Caminhada contínua; 3- Bloco ritmado e 4- Corrida inter-valada. A avaliação do equilíbrio foi realizada por meio do Timed Up and Go Test, do Teste de Caminhada de 10 metros e do Teste de Sentar e Levantar Cinco repetições. Foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas para comparação entre os grupos adotando p < 0,05. Resultados:O TF foi composto por 39 participantes (66,6 ± 4,5 anos; 67,8 kg ± 13 kg; 1,5 m ± 0,1 m), o TCC composto por 37 participantes (66 ± 4,6 anos; 67,1 kg ± 11,8 kg; 1,5 m ± 0,1 m) e o TA composto por 37 participantes (66,7 ± 4,6 anos; 66,2 kg ± 15,7; 1,5 m ± 0,1 m). Não foi observada diferença significativa entre os grupos. Após oito semanas de treinamento, foi observada redução não significativa em todos os testes. No TUG, os resultados foram: TF (PRÉ = 7,7 ± 1,4; PÓS = 7,1 ± 0,9; d = -0,4); TCC (PRÉ = 7,8 ± 1,0; PÓS = 7,3 ± 0,7; d = -0,4); TA (PRÉ = 7,4 ± 0,8; PÓS = 7,0 ± 0,7; d = -0,4). No Teste de Sentar e Levantar cinco repetições, os resultados foram: TF (PRÉ = 8,5 ± 2,3; PÓS = 8,0 ± 2,0; d = -0,1); TCC (PRÉ = 8,9 ± 2,1; PÓS = 8,2 ± 2,0; d = -0,3); TA (PRÉ = 8,8 ± 1,9; PÓS = 8,1 ± 2,2; d = -0,3). No Teste de Caminhada de 10 metros, os resultados foram: TF (PRÉ 5,2 ± 0,7; PÓS 4,9 ± 0,6; d = -0,4); TCC (PRÉ = 5,4 ± 0,6; PÓS = 4,7 ± 0,6; d = -1,0); TA (PRÉ = 5,1 ± 0,6; PÓS = 4,8 ± 0,5; d = -0,3). Conclusão: Após oito semanas, não houve diferença significativa entre os grupos, mas com mais tempo de treinamento há potencial para que os resultados sejam melhores