Resumo
OBJETIVO: Verificar as respostas hemodinâmicas e autonômicas ao exercício resistido em idosas hipertensas medicadas, comparando-se os métodos tradicional e de circuito. METODOLOGIA: Dez mulheres idosas (71,1 ± 5,5 anos; 1,5 ± 0,1 m; 56,1 ± 9,8 kg; 24,2 ± 3,9 IMC) com hipertensão controlada participaram do estudo. As voluntárias foram submetidas a 4 sessões de familiarização e determinação de carga, e a 2 sessões experimentais de exercício resistido (tradicional e circuito). A carga foi determinada por meio da escala de percepção de esforço OMNI-RES, com o protocolo experimental composto por 3 séries de 12 repetições em 7 exercícios. A pressão arterial, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e a reatividade pressórica ao estresse mental (teste de Stroop) foram avaliadas antes e após as sessões experimentais. Um teste t pareado foi utilizado para as comparações das variáveis hemodinâmicas e autonômicas de repouso e demais características das sessões experimentais. Análises de variância de medidas repetidas foram executadas para verificação dos efeitos dos dois métodos de exercício resistido na pressão arterial, VFC e reatividade da pressão arterial ao estresse mental. A significância estatística adotada foi de p < 0,05. RESULTADOS: O exercício resistido não promoveu alterações na pressão arterial pós-exercício para dos métodos estudados, em relação aos valores de repouso. Uma depressão vagal foi observada durante 15 minutos para a análise realizada no domínio de frequência da VFC, não confirmada por análise no domínio de tempo. A complexidade da frequência cardíaca foi reduzida por 45 minutos após o exercício, sem diferença entre as sessões. Pela primeira vez, foi verificada uma atenuação na reatividade da pressão arterial ao estresse mental após o exercício resistido, sem diferença entre os métodos estudados. Essa atenuação pode ser justificada, em parte, por uma redução na ativação simpática durante o estresse mediada pelo exercício. CONCLUSÕES: O exercício resistido é uma ferramenta eficaz na redução da reatividade pressórica ao estresse mental, o que pode estar associado a uma redução aguda no risco cardiovascular. Esses resultados apresentam implicação clínica de relevância, e se agregam a evidências prévias que recomendam essa modalidade de treino como importante componente de um programa de treinamento físico para idosos e para portadores da HA