Efeitos de Diferentes Modelos de Treinamento de Força e Flexibilidade no Desempenho do Teste de Salto Horizontal e Sentar-e-alcançar em Jogadores de Voleibol
Por Herikison Dias Rodrigues (Autor), Guilherme Moreira Caetano Pinto (Autor), Bruno Pedroso (Autor).
Resumo
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho no teste de potência de membros inferiores e flexibilidade de atletas de voleibol do gênero feminino, categoria sub-16, submetidas exclusivamente ao treino de força com atletas submetidas ao treino de força e flexibilidade.
MÉTODOS: As atletas foram divididas em dois grupos. Um grupo realizou o treinamento de força (GTF) e o outro grupo efetuou o treinamento de força e flexibilidade (GTFF). O período de treinamento foi de dois meses. Para a avaliação da potência de membros inferiores e flexibilidade optou-se, respectivamente, pelo teste de salto horizontal e sentar-e-alcançar. Verificou-se a normalidade dos dados através do teste de Shapiro-Wilk. Alicerçado nestes resultados, utilizou-se o Anova two way, com post hoc de Sidak, para duas amostras independentes a fim de identificar o efeito do treino nos testes de salto horizontal e sentar-e-alcançar. O teste de Mann Whitney foi utilizado para verificar a diferença da melhora entre grupos no teste de força, e o teste t independente para verificar a diferença da melhora entre grupos do teste de sentar-e-alcançar.
RESULTADOS: Verifica-se que houve diferença entre as médias entre as diferentes avaliações (tempo) no teste de salto horizontal [F(2,48)=10,282; p<0,05] e flexibilidade [F(2,48)=10,298; p>0,05). No salto horizontal a diferença significativa ocorreu no grupo GTF (p<0,05). Na flexibilidade, a diferença significativa ocorreu no GTFF (p<0,05). Na comparação entre grupos, o teste de Mann Whitney retornou valor de p=0,924 no teste de força. Não obstante, o teste t independente retornou valor de p=0,106 no teste de sentar-e-alcançar.
CONCLUSÃO: Conclui-se que em face a importância da flexibilidade para atletas de voleibol, ainda que a GTFF não tenha apresentado melhora significativa no teste de impulsão vertical, não é possível refutar a utilização do treino de força aliado ao treino de flexibilidade.
Referências
ALECRIM, J. V. C.; ALECRIM NETO, J. V. C.; SOUZA, M. O.; GILBERTO, P. P. Efeitos do treinamento pliométrico e isométrico na força explosiva de atletas de Handebol. Revista Ciencias de la Actividad Física, Maule, v. 20, n. 2, p. 1-14, 2019.
ANDRADE, L. N.; TEIXEIRA, R. V.; CARLOS, P. S. Relação entre a flexibilidade e a força entre praticantes de Crossfit. Motricidade, Ribeira de Peña, v. 14, n. 1, p. 279-283, 2018.
ASKLING, C.; KARLSSON, J.; THORSTENSSON, A. Hamstring injury occurrence in elite soccer players after preseason strength training with eccentric overload. Scandinavian Journal of Medicine e Science in Sports, Nova Jersey, v. 13, n. 4, p. 244-50, 2003.
BARBOSA, A. C.; ANDRIES JÚNIOR, O. Efeito do treinamento de força no desempenho da natação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 141-150, 2006.
BASSO, B.; FARIAS, J. M. Níveis de força explosiva e potência aeróbica de atletas de futebol. Revista Brasileira de Futebol e Futsal, São Paulo, v. 11, n. 43, p. 235-42, 2019.
BASTOS, C. L.; ROSÁRIO, A. C.; PORTAL, M. N.; RODRIGUES NETO, G.; SILVA, A. J.; NOVAES, J. S. Influência aguda do alongamento estático no comportamento da força muscular máxima. Motricidade, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 90-9, 2014.
BOMPA, T. O. A periodização do treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2001.
BOMPA, T. O. Treinamento total para jovens campeões. São Paulo: Manole, 2002.
CARVALHO, A. C. C.; PAULA, K. C.; AZEVEDO, T. M. C.; NÓBREGA, A. C. L. da. Relação entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 1-8, 1998.
CARVALHO, J.; BORGES, G. A. Exercícios de alongamento e as suas implicações no treino de força. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 3, n. 2, p. 67-78, 2001.
CÉSAR, E. P.; SOUZA, D. V. B. C.; SANTOS, T. M.; GOMES, P. S. C. Efeito agudo de diferentes rotinas de alongamento estático sobre o salto contramovimento. Revista da Educação Física, Maringá, v. 26, n. 2, p. 279-88, 2015.
CONCEIÇÃO, M. C. S. C.; SAMPAIO, A. O.; VALE, R. G. S.; ACHOUR JUNIOR, A.; NODARI JUNIOR, R. J.; DANTAS, E. H. M. Efeitos Crônicos do flexionamento estático sobre parâmetros neuromusculares em jovens adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 181-5, 2012.
CORBIN, C. B.; NOBLE, L. Flexibility: A major component of physical fitness. Journal of Physical Education and Recration, Washington, v. 51, n. 6, p. 57-60, 2013.
CORREIA, M. A.; MENÊSES, A. L.; LIMA, A. H.; CAVALCANTE, B. R.; RITTI-DIAS, R. M. Efeito do treinamento de força na flexibilidade: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas, v. 19, n. 1, p. 3-11, 2014.
DANCEY, C. P.; REIDY, J. Estatística sem matemática para psicologia. Artmed: Porto Alegre, 2006.
DEVAN, M. R.; PESCATELLO, L. S.; FAGHRI, P.; ANDERSON, J. A prospective study of overuse knee injuries among female athletes with muscle imbalances and structural abnormalities. Journal of Athletic Training, Kansas, v. 39, n. 3, p. 263-7, 2004.
DORNELES, R. C. G.; OLIVEIRA, H. L. R.; BERGMANN, M. L. A.; BERGMANN, G. G. Flexibility and muscle strength/resistance indicators and screening of low back pain in adolescents. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 93-102, 2016.
FABRÍCIO, D. L.; ARAÚJO, A. M.; OLIVEIRA, M. N.; BROLLO, C. H.; OLIVEIRA, R. R. Influência do alongamento estático agudo nas valências força e potência muscular em jovens futebolistas. Revista Fisioterapia e Saúde Funcional, Fortaleza, v. 1, n. 1, p. 4-9, 2012.
GALDINO, L. A.; NOGUEIRA, C. J.; CÉSAR, E.; FORTES, M. E. P. Comparação entre níveis de força explosiva de membros inferiores antes e após flexionamento passivo. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 11-5, 2005.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas: São Paulo, 2008.
GONÇALVES, D. L.; PAVÃO, T. S.; DOHNERT, M. B. Efeitos agudos e crônicos de um programa de alongamento estático e dinâmico no rendimento em jovens atletas do futebol. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 241-6, 2013.
HIGAJO, N.; ANDRADE, D. R.; PEREIRA, M. H. Relação entre a flexibilidade e a força dos membros inferiores em voleibolistas de alto nível. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Caetano do Sul, v. 5, n. 3, p. 7-12, 1991.