Efeitos de diferentes tarefas motoras sobre indicadores físicos e cognitivos em atletas de futsal escolar
Por Tiago Augusto Nunes Ribeiro (Autor), Leandro Henrique Alburquerque Brandão (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
Nas categorias de base do futsal, é comum que tarefas motoras de corrida com mudança de direção e exercícios coordenativos sejam realizados antes da parte principal do treinamento, podendo influenciar negativamente indicadores físicos e cognitivos dos atletas. Objetivo: Comparar os efeitos de protocolos com tarefas motoras coordenativas, corrida com mudança de direção e com as duas tarefas combinadas sobre indicadores de desempenho físico e cognitivo em atletas de futsal. Métodos: A amostra foi composta por 7 jogadores de futsal da categoria sub–15, que foram submetidos a três protocolos experimentais (corrida, coordenativo, combinado) e um controle, além de serem avaliados antes e após cada condição. Foram verificados a altura do salto vertical, por meio do counter movement jump (CMJ), tempo de resposta no teste de stroop, percepção de esforço e fadiga mental. Uma análise de variância multivariada (MANOVA) seguida por um post hoc de Bonferroni foram utilizados, adotando p≤0,05. A normalidade multivariada, igualdade das matrizes de covariância e outliers multivariados foram detectados. Resultados e Discussão: As análises demonstraram que após os protocolos de corrida e combinado os atletas reduziram a altura do salto vertical (Corrida: p=0,015; n2p=0,221 e fadiga Combinado: p=0,001; n2p=0,375). Além disso, após todos os protocolos os atletas apresentaram aumento na percepção de esforço (Corrida: p<0,001; n2p=0,787; Coordenativo: p<0,001; n2p=0,546; Combinado: p<0,001; n2p=0,653), percepção de fadiga mental (Corrida: p<0,001; n2p=0,479; Coordenativo: p<0,001; n2p=0,522; Combinado: p<0,001; n2p= 0,620) e no tempo de resposta no teste de stroop (Corrida: p<0,001; n2p=0,451; Coordenativo: p<0,001; n2p=0,640; Combinado: p<0,001; n2p=0,652). Quando comparados a condição controle, foi observado diferença estatisticamente significante na variável tempo de resposta favorável aos protocolos coordenativo (p=0,001) e combinado (p=0,006). No entanto, a percepção de fadiga mental foi maior quando os indivíduos executaram o protocolo de corrida (p=0,015) e combinado (p=0,021) em relação ao controle. Além disso, os participantes apresentaram maior percepção de esforço após os protocolos de corrida (p=0,006) e combinado (p=0,006) quando comparados com o protocolo coordenativo e percepção de fadiga similar entre os protocolos experimentais, sendo esses os principais achados do estudo. Alguns autores tem demonstrado que protocolos com característica motora podem induzir a fadiga mental (RubioMorales et. al., 2022). Os autores utilizam a teoria do esgotamento do ego para justificar a influência da tarefa física na percepção da fadiga mental, a qual estabelece que quanto mais longa for a tarefa motora, maior o esgotamento do córtex cingulado anterior, diminuindo assim o desempenho geral. Isso também foi observado no presente estudo por meio da redução da altura do salto, aumento da percepção de esforço e tempo de resposta no teste de stroop após os protocolos experimentais. Conclusão: As tarefas motoras de corrida, coordenativa e combinada aumentam de maneira similar a percepção de fadiga mental e o tempo de resposta no teste de stroop. Além disso, incluir atividades de corrida pode potencializar o aumento da percepção de esforço e redução da altura do salto vertical.