Efeitos de Dois Diferentes Protocolos de Treinamento de Força em Participantes de Um Programa de Reabilitação Cardíaca
Por D. Busin (Autor), E. C. Kraemer (Autor), O. S. Tairova (Autor), L. A. Silva (Autor), J. J. Souza (Autor), K. G. Finger (Autor), M. C. Santos (Autor), I. Z. Souza (Autor).
Resumo
O exercício físico tem sido credenciado nos últimos tempos, como a principal intervenção nos Programas de Reabilitação Cardíaca, com os exercícios de força surgindo como componente essencial no tratamento de indivíduos portadores de cardiopatias. Levando-se em consideração as recomendações atuais de planejamento, observa-se a falta de variação dos volumes e intensidades das variáveis do treinamento de força. O objetivo deste estudo foi analisar, após 12 semanas, a influência de dois diferentes protocolos de treinamento de força para participantes de um Programa de Reabilitação Cardíaca fases 3 e 4, utilizando-se o protocolo tradicional utilizado para indivíduos cardiopatas, e um protocolo de periodização linear sobre a composição corporal, aptidão física e pressão arterial dos participantes. Para isso, foram divididos randomicamente em dois grupos de 9 indivíduos cada: grupo periodizado (GP) e grupo não periodizado (GnaP), sendo avaliadas, pré e após 12 semanas, variáveis da composição corporal (somatório de dobras cutâneas), índices antropométricos (IMC e RCQ), além dos testes de aptidão física funcional para idosos (TAFI) e pressão arterial (sistólica, diastólica e média). Para análise estatística foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e teste t para as amostras repitidas (comparações pré e pós treinamento para todas as variáveis). Em todos os cálculos foi fixado um nível de significância de p < 0,05. O software utilizado em todos os testes estatísticos foi o SPSS 17.0. Nos resultados obtidos não houve diferença significativa nas variáveis de composição corporal e índices antropométricos. Com relação aos testes de aptidão física funcional, na flexão de cúbito em 30 segundos verificou-se aumento significativo no GP. Na variável caminhada de 2,40 metros não foram encontradas diferenças entre os grupos, com o GnaP baixando o seu tempo, em contraste ao GP. Nas médias no teste de dinamometria de mãos dominantes e não dominantes, também não observou-se aumento em nenhum dos grupos. Não houveram diferenças na pressão arterial sistólica e diastólica inicial e final pré e após as 12 semanas de treinamento em nenhum dos grupos. A pressão arterial média demonstrou redução nos 2 grupos. Estes resultados sugerem que a periodização do treinamento de força durante 12 semanas proposta por esse estudo, promoveu adaptações positivas no teste de flexão de cúbito e na pressão arterial média de participantes de um Programa de Reabilitação Cardíaca, entretanto, concluiu-se que deve-se ocorrer um maior número de avaliações durante o protocolo experimental e uma melhor caracterização da dieta e dos medicamentos utilizados por esta população. Adicionalmente, são necessárias investigações com um período maior do que 3 meses de treinamento, afim de encontrar maiores subsídios para a intervenção dos profissionais que atuam nos programas de Reabilitação Cardíaca.