Resumo

Esse estudo tem como objetivo analisar os efeitos de dois protocolos de adaptação ao meio líquido com intensidades sub e supra limiar anaeróbio sobre parâmetros fisiológicos, de desempenho e padrão de nado de ratos Wistar. Foram utilizados 108 ratos Wistar, sendo 12 animais compondo o grupo de base e 96 animais divididos em 6 grupos (dois controle e quatro experimentais). Os grupos controle 1 e 2 (GC1 e GC2, respectivamente), não foram adaptados ao meio líquido e foram submetidos a uma avaliação aeróbia/anaeróbia (teste de lactato mínimo - TLM) em momentos distintos, sendo o GC1 realizado o TLM apenas a0s 90 dias, enquanto o GC2 aos 77 e 90 dias. Nos grupos experimentais (n=16 por grupo), foram aplicadas intensidades abaixo e acima do limiar anaeróbio (Sub-Lan e Supra-Lan, respectivamente) no período de adaptação ao meio líquido, sendo que os grupos Supra-Lan2 e Sub-Lan2 realizaram o TLM no momento pré e pós adaptação, enquanto os grupos Supra-Lan1 e Sub-Lan1 apenas no momento pós adaptação (90 dias). A adaptação ao meio líquido foi composta de 14 dias ininterruptos, tendo início com água rasas e posteriormente no quarto dia em água profunda. Os protocolos se diferenciaram a partir do 10o dia, onde o grupo Sub-Lan se caracteriza pelo aumento do volume da sessão e manutenção da intensidade, enquanto o grupo Supra-Lan se caracteriza pelo aumento progressivo da intensidade e manutenção do volume. Foram avaliados o percentual de sucesso do TLM, tempo limite (Tlim-parâmetro anaeróbio) e tempo total do teste (TT-parâmetro aeróbio). O padrão de nado em fuga foi analisado por meio de filmagem, sendo a prevalência do mesmo analisada do 4° ao 14° dia de adaptação. Os conteúdos de glicogênio muscular e hepático, além das concentrações séricas de creatina quinase (CK), foram analisados aos 77 dias, imediatamente o TLM aos 90 dias e 24 horas após o mesmo teste no mesmo período. Os animais Sub-Lan apresentaram maior delta positivo em relação ao percentual de sucesso no TLM (77 dias-20% e 90 dias-60%). Ambos os protocolos apresentaram diminuição na prevalência do nado em fuga após o 6° dia (P?0,01), com prevalência de um padrão de nado contínuo. Não houve supercompensação nos conteúdos de glicogênio muscular e hepático, bem como as concentrações séricas de CK. O estudo conclui que, a adaptação ao meio líquido previamente a procedimentos experimentais em ratos nadadores, deve ser estruturada e aplicada de forma individualizada, levando em consideração também os protocolos de treinamento ou exercício agudo que posteriormente será aplicado aos animais, uma vez que a sua não realização possa sugestivamente mascarar os resultados provenientes desses procedimentos. 

Acessar