Efeitos de dois protocolos de treinamento resistido sobre os sintomas psicológicos da síndrome pré-menstrual e estratégias de coping de universitárias
Por Eliane Aragão da Silva (Autor), João Vitor Figueiredo Favacho (Autor), Roselane de Almeida Paula (Autor), Marcus Vinícius Maia Lima Leal (Autor), Regilene Nepomuceno Moraes (Autor), Otávio Augusto Monteiro da Silva (Autor), José Eduardo de Sousa Modesto (Autor), Daniel Alvarez Pires (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é um conjunto de sintomas que envolvem fatores psicológicos, físicos e cognitivos que estão relacionados às modificações hormonais do ciclo menstrual e rotinas estressantes. A forma com a qual se escolhe lidar com as situações de estresse são chamadas de estratégias de coping, que podem ser modificadas com o exercício. Assim, o treinamento resistido é um modelo de exercício indicado por proporcionar modulações nos fatores psicológicos, especialmente em aplicação de protocolos de longo prazo. OBJETIVOS: a) analisar os efeitos de dois programas de treinamento resistido de quatro semanas sobre os sintomas psicológicos de SPM; b) comparar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelas mulheres acometidas pela SPM durante os protocolos. MÉTODOS: Os critérios de inclusão foram aplicados a partir das informações dos Questionários: Sociodemográfico, Premenstrual Symptom Screening Tool (PSST) e o Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q). Dez mulheres universitárias sedentárias e acometidas pela SPM foram encaminhadas para dois grupos: Grupo Palestra (GP = 4), com 10 palestras sobre saúde da mulher (uma vez por semana) e Grupo Treinamento Resistido (GTR = 6), com programa de treinamento resistido de 16 sessões, sendo oito sessões com o protocolo de dose mínima (cinco exercícios, três séries de 8-12 repetições, 60 s de descanso) e oito sessões com protocolo de periodização ondulatória semanal composto por sete exercícios com mudanças semanais nas variáveis: Resistência (três séries de 12-15 repetições, 60 s de descanso), Hipertrofia (três séries de 8-10 repetições, 90 s de descanso) e Força (quatro séries de 4-6 repetições, 180 s de descanso). Os exercícios utilizados foram: supino reto, remada sentada, leg press 45°, agachamento bom dia e prancha para o protocolo de dose mínima. No protocolo de periodização ondulatória semanal foi retirado o agachamento bom dia e incluídos o agachamento no Smith machine, a puxada alta frontal e o stiff com barra. Ambos os grupos responderam um questionário de sintomas de SPM (Daily Report of Severity of Problems - DRSP) durante um período de dois meses e o questionário de estratégias de coping (Brief Cope), repassado antes do protocolo de dose mínima, entre os protocolos e após a periodização ondulatória. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças significativas nas análises de coping do grupo GTR nos domínios: 1 (Concentro os meus esforços para fazer alguma coisa que me permita enfrentar a situação), com p = 0,05; e 13 (Refugiome no álcool ou noutras drogas para me sentir melhor), com p= 0,03. No domínio 1 as participantes apresentaram escores mais elevados no momento pré se comparado ao intervalo entre protocolos (Md = 2,2 e 1,7, respectivamente; p = 0,01) e após o período ondulatório em comparação com o intervalo entre os protocolos (Md = 2,5, e 1,7, respectivamente; p=0,03). No domínio 13 foi observada a diferença entre o período ondulatório e o intervalo (Md=1,0 e 0,0, respectivamente, p < 0,01) e o momento pré se comparado ao ondulatório (Md=0,2 e 1,0 respectivamente; p = 0,02). Não houve diferenças entre os domínios do GP e entre a intensidade dos sintomas de SPM. CONCLUSÃO: Após o protocolo de periodização ondulatória as universitárias demonstraram estar mais concentradas em esforços de enfrentamento aos sintomas de SPM, refugiando-se em álcool ou drogas para se sentir melhor.