Resumo

A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é um conjunto de sintomas que envolvem fatores psicológicos, físicos e cognitivos que estão relacionados às modificações hormonais do ciclo menstrual e rotinas estressantes. A forma com a qual se escolhe lidar com as situações de estresse são chamadas de estratégias de coping, que podem ser modificadas com o exercício. Assim, o treinamento resistido é um modelo de exercício indicado por proporcionar modulações nos fatores psicológicos, especialmente em aplicação de protocolos de longo prazo. OBJETIVOS: a) analisar os efeitos de dois programas de treinamento resistido de quatro semanas sobre os sintomas psicológicos de SPM; b) comparar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelas mulheres acometidas pela SPM durante os protocolos. MÉTODOS: Os critérios de inclusão foram aplicados a partir das informações dos Questionários: Sociodemográfico, Premenstrual Symptom Screening Tool (PSST) e o Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q). Dez mulheres universitárias sedentárias e acometidas pela SPM foram encaminhadas para dois grupos: Grupo Palestra (GP = 4), com 10 palestras sobre saúde da mulher (uma vez por semana) e Grupo Treinamento Resistido (GTR = 6), com programa de treinamento resistido de 16 sessões, sendo oito sessões com o protocolo de dose mínima (cinco exercícios, três séries de 8-12 repetições, 60 s de descanso) e oito sessões com protocolo de periodização ondulatória semanal composto por sete exercícios com mudanças semanais nas variáveis: Resistência (três séries de 12-15 repetições, 60 s de descanso), Hipertrofia (três séries de 8-10 repetições, 90 s de descanso) e Força (quatro séries de 4-6 repetições, 180 s de descanso). Os exercícios utilizados foram: supino reto, remada sentada, leg press 45°, agachamento bom dia e prancha para o protocolo de dose mínima. No protocolo de periodização ondulatória semanal foi retirado o agachamento bom dia e incluídos o agachamento no Smith machine, a puxada alta frontal e o stiff com barra. Ambos os grupos responderam um questionário de sintomas de SPM (Daily Report of Severity of Problems - DRSP) durante um período de dois meses e o questionário de estratégias de coping (Brief Cope), repassado antes do protocolo de dose mínima, entre os protocolos e após a periodização ondulatória. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças significativas nas análises de coping do grupo GTR nos domínios: 1 (Concentro os meus esforços para fazer alguma coisa que me permita enfrentar a situação), com p = 0,05; e 13 (Refugiome no álcool ou noutras drogas para me sentir melhor), com p= 0,03. No domínio 1 as participantes apresentaram escores mais elevados no momento pré se comparado ao intervalo entre protocolos (Md = 2,2 e 1,7, respectivamente; p = 0,01) e após o período ondulatório em comparação com o intervalo entre os protocolos (Md = 2,5, e 1,7, respectivamente; p=0,03). No domínio 13 foi observada a diferença entre o período ondulatório e o intervalo (Md=1,0 e 0,0, respectivamente, p < 0,01) e o momento pré se comparado ao ondulatório (Md=0,2 e 1,0 respectivamente; p = 0,02). Não houve diferenças entre os domínios do GP e entre a intensidade dos sintomas de SPM. CONCLUSÃO: Após o protocolo de periodização ondulatória as universitárias demonstraram estar mais concentradas em esforços de enfrentamento aos sintomas de SPM, refugiando-se em álcool ou drogas para se sentir melhor.

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