Efeitos de nove sessões de treinamento funcional em variáveis comportamentais e variáveis físicas em jovens adultos
Por Luiz FA Menezes (Autor), Marcos R Pereira-Monteiro (Autor), Evellyn C Dos Santos (Autor), José C Aragão-Santos (Autor), Marzo E Da Silva-Grigoletto (Autor).
Resumo
O treinamento funcional (TF) trabalha sinergicamente diferentes capacidades fí-sicas focando nas atividades de vida diária. Durante uma sessão de treinamento são deposi-tados esforços físicos e mentais, gerando respostas afetivas de acordo com o quão extenuante ou agradável é a tarefa, provocando diferentes percepções. Apesar do exercício ser capaz de aprimorar as capacidades físicas e prevenir comorbidades, isso muitas vezes não é suficiente para manter a aderência de uma pessoa. Nesse sentido, sensações como prazer, divertimento, esforço e desconforto, assim como a sensação de autoeficácia, afetam diretamente na aderência dos praticantes, demonstrando a importância de gerar boas percepções durante uma sessão. Logo, é fundamental analisar se com uma intervenção de TF, a curto prazo, é possível obter ganhos em variáveis físicas e gerar mudanças nas variáveis comportamentais dos participantes. Objetivo: Analisar o efeito de nove sessões de TF em variáveis físicas de potência e em variáveis comportamentais subjetivas. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico quase-experimental, com uma amostra de 29 jovens adultos (Média de idade: 26,0 ± 6,2; Média de peso: 64,5kg ± 14,9). Os participantes foram avaliados com relação a potência através dos testes de squat jump (SJ), countermovement jump (CMJ), sprint de 20 metros (S20) e seated medicine ball throw (SMBT). Posteriormente, foram submetidos a 9 sessões de TF, com estímulos de mobilidade articular, estabilidade, coordenação, potência, velocidade, agilidade e força muscular, logo após a conclu-são do treino, os participantes respondiam a Feeling Scale (FS), que variou de -5 à +5 de acordo com a percepção de prazer; a Enjoyment Scale (ES), que mensura a sensação de divertimento em valores de 1 à7; e a escala de desconforto (ED), que quantifica a sensação de desconforto durante a sessão de 0 à10. Trinta minutos após a conclusão da sessão, os participantes eram questionados com relação a percepção subjetiva de esforço (RPE), com valores de entre 0 e 10, analisando a sensação de esforço percebida. Após a conclusão do programa de treinamento, a potência muscular foi reavaliada. Foram realizados os testes t de Student e Wilcoxon para com-paração entre momentos pré e pós de acordo com a normalidade dos dados adotando valores de p < 0,05 como significativos. Resultados: Houve aumento nos testes de SJ (pré: 20,5 ± 5,5; pós: 23,2 ± 6,5; p < 0,001), CMJ (pré: 23,6 ± 6,5; pós: 25,2 ± 6,9; p < 0,001), S20 (pré: 3,99 ± 0,418; pós: 3,90 ± 0,386; p = 0,001), RPE (pré: 5,4 ± 2,4; pós: 4,5 ± 1,9 p = 0,037), ED (pré: 4,83 ± 2,48; pós: 3,91 ± 1,68; p = 0,022). Enquanto no SMBT (pré: 2,15 ± 0,323; pós: 2,20 ± 0,322; p > 0,05), FS (pré: 3 ± 1,91; pós: 3,35 ± 1,8; p > 0,05), ES (pré: 5,65 ± 1,15; pós: 5,78 ± 1,31; p > 0,05) não houveram diferenças. Conclusão: O TF foi capaz de promover ganhos na potência muscular e mudanças na percepção de esforço e desconforto em apenas nove sessões, porém não foi capaz de promover alteração no prazer e divertimento em jovens adultos