Resumo

Introdução: Capacidade funcional (CF) é a eficiência em corresponder às demandas físicas do cotidiano, que compreende desde as atividades básicas para uma vida independente até as ações mais complexas da rotina diária. O envelhecimento diminui a capacidade funcional, situação que pode impedir os idosos de realizar suas atividades cotidianas com eficiência. O exercício físico atua na prevenção e recuperação dessas alterações. Dentre os modelos de prescrição de exercícios físicos os treinamentos aeróbio e resistido são os mais investigados, porém existem poucas evidências sobre os efeitos do treinamento concorrente (TC) na capacidade funcional de idosas hipertensas. O conhecimento dessas possíveis diferenças entre os diversos tipos de exercícios pode orientar a atenção à saúde do idoso, visando à tomada de decisões e o planejamento de ações de prevenção e promoção de saúde. Objetivo: Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de oito semanas de TC sobre a capacidade funcional de mulheres hipertensas na pós-menopausa. Métodos: Para isso, a amostra foi composta por 30 idosas, participantes do Programa "Eternamente Moços" do UNITOLEDO/UNIMED de Araçatuba-SP, hipertensas, controladas por medicação anti-hipertensiva, idade de 66,9±5,4 anos, massa corporal 70,7±13,8 kg, estatura 156±0,05 cm e IMC 28,6±5,3. Foram incluídas apenas as idosas na fase pós-menopausa, fisicamente independentes de acordo com a escala de Katz e que não estavam engajadas em exercícios físicos havia pelo menos seis meses. A CF de cada sujeito foi testada no início e após 8 semanas de treinamento, para isso foi utilizado o Senior Fitness Test composto por bateria que avalia a força muscular de membros, agilidade e equilíbrio dinâmico, capacidade cardiorrespiratória e flexibilidade. Cada sessão de TC teve 60 minutos de duração, sendo 30 minutos de atividade aeróbia (caminhada entre 65% a 85% da FCmáxima) e 30 minutos de treinamento resistido (8 exercícios, 1x10 a 15 repetições, 70% 1RM). Todos os indivíduos participaram voluntariamente do experimento e assinaram termo de consentimento. Para a análise estatística foi utilizado o programa Graphpad Prism 7.0. A normalidade da amostra foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. As comparações intragrupos das variáveis analisadas foram realizadas por teste t de Student para amostras pareadas, sendo p<0,05 considerado estatisticamente significativo. Resultados: Os resultados do presente trabalho evidenciaram que 4 das 6 capacidades físicas avaliadas pelo SFT apresentaram melhoras significativas, Sentar e levantar da cadeira (inicial: 12,81±4,11; final: 15,68±3,97, p=0,0015); Flexão antebraço (inicial: 17,03±3,701; final: 19,61±3,72, p=0,0006); Sentar e alcançar (inicial: -0,25±10,35 cm; final: 7,22±10,06 cm, p=0,0014); Agilidade e equilíbrio dinâmico (inicial: 7,12±2,12 segundos; final: 5,45±0,88 segundos, p=0,005); Alcançar atrás das costas (inicial: -0,88±5,94 cm; final: 0,29±5,82 cm, p>0,3313) e Caminhada de 6 minutos (inicial: 519,5±122m / VO2pico: 19,57±3,70 ml.kg-1.min-1; final: 555,1±88m / VO2pico: 20,63±2,66 ml.kg-1.min-1, p>0,1931). Conclusão: Nossos resultados sugerem que o treinamento concorrente é um método eficaz para promover melhorias na capacidade funcional de mulheres hipertensas na pós-menopausa.

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