Resumo

Os efeitos das lições fisicamente ativas (LFA) e pausas ativas (PA) a médio e longo prazo sobre as funções executivas, especialmente habilidades atencionais, ainda são pouco compreendidos. OBJETIVO: Analisar o efeito de três anos de LFA e PA na atenção de escolares. MÉTODOS: Seis escolas públicas de Aracaju (SE) foram alocadas em três grupos: 1) LFA, aulas integrando atividade física e conteúdo acadêmico (1x/dia, 2x/semana); 2) PA, pausas curtas com atividade física (3x/dia, 2x/semana); 3) Controle (CTL), sem intervenção. Foram incluídas 324 crianças (7,5 ± 1,1 anos; 52,2% meninas), recrutadas em 2022 (LFA/PA/CTL: 77/61/46), com entradas adicionais em 2023 (31/32/23) e 2024 (22/20/12). Habilidades atencionais avaliadas pelo tempo de reação (TR) e total de acertos (TA) nos testes de Busca Visual (atenção seletiva) e Cueing Posner (orientação espacial). Modelos lineares generalizados mistos testaram a interação grupo x tempo, ajustando para variáveis individuais e escolares. As análises foram realizadas no R. RESULTADOS: Houve interação grupo x tempo apenas no teste Cueing Posner (TR, p < 0,001). Todos os grupos melhoraram o TR após três anos em relação ao baseline: LFA (-569,7 ms; p < 0,001), PA (-433,0 ms; p < 0,001) e CTL (-434,1 ms; p < 0,001). Apenas LFA e PA apresentaram reduções significativas no primeiro (LFA: -261,4 ms; PA: -162,2 ms; ambos p < 0,001) e segundo ano (LFA: -354,5 ms; PA: -249,4 ms; ambos p < 0,001), sem mudanças no CTL. Na análise de diferenças das diferenças, PA reduziu 220,6 ms a mais que CTL no primeiro ano (p = 0,004), e LFA reduziu 319,8 ms e 277,3 ms a mais que CTL no primeiro e segundo ano, respectivamente (p < 0,001; p = 0,002). CONCLUSÃO: LFA e PA podem acelerar os ganhos atencionais, sugerindo um efeito de facilitação na maturação dos mecanismos neurais de orientação espacial.