Resumo
A prática de exercício físico promove adaptações fisiológicas positivas e reduz a prevalência dos fatores de riscos componentes da SM. O objetivo do presente trabalho foi I) avaliar os efeitos de uma intervenção com exercício físico e aconselhamento em saúde sobre o apoio parental, nível de atividade física e comportamento sedentário de crianças com sobrepeso ou obesidade e II) verificar os efeitos de uma intervenção com exercício físico, aconselhamento em saúde e destreinamento sobre a antropometria, aptidão cardiorrespiratória e componentes da síndrome metabólica em crianças com sobrepeso ou obesidade. Para alcançar o objetivo I, um estudo clínico experimental randomizado foi realizado, 51 crianças foram randomicamente alocados em três grupos, grupo exercícios físico em salão de ginástica (GES= 21), grupo exercício físico piscina (GEP= 14) e grupo controle (GC= 16). As crianças participaram de 18 semanas de exercício físico e 18 sessões de aconselhamento. Os pais foram convidados a nove sessões de aconselhamento. Avaliou-se, pré, pós-intervenção e destreino, as medidas antropométricas, aptidão cardiorrespiratória e componentes da síndrome metabólica. A análise de covariância ANCOVA, com ajuste para a covariável idade foi utilizada para verificar os efeitos do tempo, grupo e interação tempo*grupo. Houve efeito do tempo para estatura. O perímetro de cintura apresentou efeito de interação tempo*grupo. O HDL-c apresentou efeito do tempo. Para a pressão arterial sistólica e diastólica houve efeito do grupo e efeito de interação tempo*grupo. O estudo concluiu que a intervenção com exercício físico, aconselhamento em saúde e destreino provocaram efeitos sobre os componentes da síndrome metabólica e a estatura de crianças com sobrepeso ou obesidade. Para alcançar o objetivo II, avaliou-se, pré e pós-intervenção (18 semanas), o apoio parental, nível de atividade física e comportamento sedentário (CS). Para as análises estatística foram realizados os testes Shapiro-Wilk, ANOVA de Medida Repetida seguido do Post hoc de Bonferroni para verificar os efeitos do tempo, grupo e interação tempo*grupo. O teste t de Student para amostras independentes foi utilizado para comparação. Empregou-se a correlação de Pearson para verificar a correlação entre o apoio parental, média de passos, atividade física leve, atividade física moderada a vigorosa e CS. Na comparação entre as crianças cujos pais participaram em mais de 70% das sessões de aconselhamento houve efeito de interação tempo*grupo (p=0,047; ES = 0,335) para a variável CS em dia de semana. No momento pós-intervenção, para GES+GEP, uma correlação significativa do apoio parental e a atividade física de moderada a vigorosa intensidade foi encontrada (r=0,540; p=0,046). No momento pré-intervenção, meninos dos GES+GEP apresentaram escores maiores de apoio parental que as meninas nas questões “forneceu transporte” e “elogiou enquanto jogava” (p<0,05), essa diferença não foi encontrada pós-intervenção. O estudo concluiu que as crianças com maior participação dos pais nas sessões de aconselhamento reduziram o CS em dias de semana. Houve diferença no apoio parental das crianças dos grupos exercício físico no salão e na piscina, entre os sexos. Foram obtidas importantes associações entre o apoio parental à prática de atividade física de crianças com atividade física moderada a vigorosa.
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