Resumo

O sistema respiratório tem sido apontado como fator limitante do desempenho físico (DF). Esta limitação está relacionada, dentre outros fatores, a fadiga da musculatura respiratória. A fadiga gera a ativação de reflexos fisiológicos que culminam na redução do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléticos dos membros efetores do exercício, resultando na queda do desempenho muscular. Pesquisas apontam que o treinamento muscular inspiratório (TMI) é capaz de gerar melhora do DF de atletas. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de TMI sobre a fadiga, força muscular respiratória e DF aeróbio em atletas de handebol. Foram estudados 19 jogadores de handebol do gênero masculino, alocados de forma aleatória em grupo experimental (GE, n=10) e grupo placebo (GP, n=9), idade 19±1 e 22±5 anos, respectivamente. Foi realizada a avaliação da fadiga muscular respiratória pela eletromiografia de superfície, da força muscular respiratória (FMR) pela medida das pressões inspiratórias e expiratórias máximas (PImáx e PEmáx, respectivamente), e avaliação do desempenho físico aeróbio (DFA) pelo teste de exercício cardiopulmonar e, posteriormente os voluntários foram submetidos a um protocolo de TMI, cinco vezes por semana, durante 12 semanas. Os resultados mostraram que o TMI não exerceu influência sobre a fadiga muscular respiratória. Já para a força houve diferença significativa entre os valores pré e pós TMI para a PImáx (170+34,3 cmH2O; 262+33 cmH2O) e PEmáx (177+36,2 cmH2O; 218+37,6 cmH2O) para o GE, e apenas da PImáx (173,3+44,7 cmH2O; 213,3+21,2 cmH2O) para o GP, com um tamanho do efeito grande para a PImáx, na comparação entre os grupos após o treinamento. Quanto ao DFA, observou-se diferença significante do consumo de oxigênio máximo pré e pós TMI (54+8,9 ml/kg/min; 60+7,1 ml/kg/min) e do consumo de oxigênio no ponto de compensação respiratória (46,8+6,7 ml/kg/min; 50,3+5,2 ml/kg/min,) apenas para o GE, com um tamanho de efeito moderado para ambas as variáveis. Conclui-se que o TMI proporcionou aumento significativo da força muscular respiratória e do desempenho físico do GE, sugerindo que o protocolo proposto pode ser uma ferramenta a ser incorporada no treinamento de atletas de handebol, como estratégia para favorecer a melhora do desempenho físico durante a prática esportiva.

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