Resumo

INTRODUÇÃO: Apesar do controle neural e endócrino preciso sobre o músculo cardíaco, existem pequenas oscilações temporais entre batimentos cardíacos consecutivos, denominados de Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). Uma baixa VFC está associada ao risco aumentado de desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, infarto agudo do miocárdio, dentre outras. O Exercício físico é capaz de promover adaptações no sistema nervoso autônomo em condições de repouso, aumentando o tônus vagal e consequentemente a atividade parassimpática, reduzindo o risco dessas doenças. Objetivo O objetivo desse estudo foi verificar se as adaptações do sistema nervoso autônomo, promovidas por um programa de exercícios, podem ser observadas durante o esforço. Metodologia 10 indivíduos, 7 homens e 3 mulheres, saudáveis, não sedentários, com média de idade de 33 anos (± 7,32), foram submetidos a um programa de exercícios de 30 semanas de forma periodizada com ênfase em atividades aeróbias. Antes e após o período de intervenção os participantes realizaram um teste progressivo máximo de vai-e-vem de 20 metros para registro da variabilidade da frequência cardíaca através de um cardiofrequencímetro da marca Garmin, modelo FR920XT. Para comparação dos dados foi utilizado um mesmo período de tempo, tanto no teste pré como no pós. Foram analisados o VO2pico, a velocidade final do teste, a frequência cardíaca média e máxima, a média dos intervalos R-R (média RR) e o desvio padrão dos segmentos R-R (SDNN). Os dados foram comparados através do teste t de Student para amostras pareadas (p<0,05). Resultados Os resultados indicaram que um programa de exercícios de 30 semanas foi capaz de reduzir significativamente a frequência cardíaca média (p<0,05) e máxima (p<0,02) para a realização de um mesmo segmento do teste incremental e ainda aumentar a capacidade cardiorrespiratória (p<0,03) e a média dos intervalos R-R (p<0,05). Conclusões Um programa de exercício periodizado foi capaz de aumentar a variabilidade da frequência cardíaca em condição não estacionária e ainda reduzir a frequência cardíaca para realização de um mesmo esforço, indicando uma adaptação positiva no controle autonômico da frequência cardíaca.

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