Resumo

As doenças cardiovasculares são, na maioria dos países industrializados, a principal causa de morbidade e mortalidade, devendo ser combatidas por meio de ações de educação e saúde. Assim surge o conceito de Reabilitação Cardíaca, que permite a concretização dos objetivos fundamentais da promoção da saúde em indivíduos portadores de cardiopatias, possibilitando a manutenção e/ou retorno da sua atividade sócio-profissional e familiar pelos seus próprios meios. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi analisar a influência de um protocolo de 12 semanas de reabilitação cardíaca na composição corporal, índices antropométricos e aptidão física de pacientes com doença cardíaca. Participaram do estudo 15 indivíduos cardiopatas com média de idade (57 ±5 anos), ingressantes no segundo semestre do ano de 2013, no Programa de Reabilitação Cardíaca fases 3 e 4, do Instituto de Medicina do Esporte da Universidade de Caxias do Sul (IMEUCS). Foram avaliadas, antes e após a intervenção, variáveis de composição corporal (% de gordura, através do método de dobras cutâneas) e índices antropométricos (IMC e RCQ), além dos testes de aptidão física funcional para idosos (dinamometria de mãos e caminhada de 2,40 metros). O protocolo de intervenção durou 12 semanas, com 3 sessões semanais compostas por exercícios aeróbicos e de força, divididas em: 30 minutos iniciais de exercícios aeróbicos (esteira ou bicicleta), com intensidade entre 50% e 70% do VO2Máx, seguido dos exercícios de força, com duas séries de 10 repetições entre 60 % e 70% de intensidade das encontradas nos testes de força e 30 a 40 segundos de intervalo, além de alongamento dos principais grupamentos musculares, no final de cada sessão. Para a análise dos dados, utilizou-se o pacote estatístico GraphPad Instat e para a análise das variáveis utilizou-se o teste T de Student, para comparação de pré e pós-treinamento. Em todos os cálculos foi utilizado o nível de significância de p<0,05. Nos resultados obtidos não houve diferença significativa nas variáveis de composição corporal e índices antropométricos. Com relação aos testes de aptidão física funcional, no teste de caminhada de 2,40 metros verificou-se diminuição muito significativa do tempo de execução (p<0,0092). Nas médias no teste de dinamometria de mãos dominantes e não dominantes, não observou-se aumento estatisticamente significativos em nenhum dos grupos. Estes resultados sugerem que o protocolo de treinamento de 12 semanas proposto por este estudo, promoveu adaptações positivas na agilidade de participantes de um programa de reabilitação cardíaca. Em adendo, concluiu-se que parece mais eficiente ocorrer uma melhor caracterização da dieta e dos medicamentos utilizados por esta população, além da necessidade de investigações com um período maior do que 12 semanas de treinamento.

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