Resumo

Introdução: Recentemente aumentou consideravelmente o número de estudos relacionados ao treinamento de força (TF) de baixa intensidade (20-50% de 1RM) associado a restrição de fluxo sanguíneo (RFS), demostrando adaptações semelhantes ao TF tradicional de alta intensidade (70-85% de 1RM) em diferentes variáveis. Entretanto, algumas questões metodológicas, tipos de manguitos, intensidades de carga, aplicação e segurança ainda necessitam serem investigadas. Objetivos: Comparar e analisar os efeitos de uma sessão de TF com RFS sobre os parâmetros hemodinâmicos, de desempenho e psicofisiológicos com diferentes intensidades (20 ou 50% de 1RM) e diferentes larguras de manguitos de RFS (7 ou 12 cm para os membros superiores e 12 ou 20 cm para os membros inferiores) em adultos saudáveis. Metodologia: A amostra foi composta por 14 sujeitos (Idade de 29,64 ± 9,16 anos e IMC de 26,33 ± 4,37 Kg/m²). Com delineamento cross-over, os sujeitos foram aleatoriamente randomizados para intervenção em quatro sessões experimentais de exercício resistido (ER) com RFS: a) 20% de 1RM e manguitos com largura de 7 cm e 12 cm (20%-SC); b) 50% de 1RM e manguitos com largura de 7 cm e 12 cm (50%-SC); c) 20% de 1RM e manguitos com largura de 12 cm e 20 cm (20%-LC); d) 50% de 1RM e manguitos com largura de 12 cm e 20 cm (50%-LC). Cada protocolo foi composto por quatro exercícios até a falha muscular. Utilizou-se as anovas two-way de medidas repetidas seguida pelo teste post hoc de Bonferroni. O nível de significância adotado para o estudo foi p<0,05 e utilizou-se o delta (Δ) percentual para comparar alterações geradas pelos protocolos. Resultados: Foram observados diferença significativa na PAS, PAD, FC, DP e PAM em todas as sessões do momento inicial para a média durante os exercícios e para o repouso final (RF) 30 minutos após a sessão. A sessão 20%-SC teve o maior efeito hipotensivo na PAS, PAD, FC, DP e PAM em relação as demais sessões no RF. A sessão 50%-SC obteve o maior delta (Δ= 22,5%) na PAS em relação ao repouso inicial (RI). A sessão 50%-LC obteve o maior delta (Δ= 53%) na PAD e (Δ= 37,3%) na FC em relação ao repouso inicial (RI). As sessões 20%-SC e 20%-LC tiveram um desempenho significativamente melhor no volume dos exercícios. Na percepção subjetiva de esforço (PSE), as sessões com manguitos mais largos (50%-SC e 50%-LC) se mostraram significativamente mais intensas. Em relação a dor (DMIT), os manguitos curtos mostraram valores significativamente maiores nas avaliações de 24h, 48h e 72h após a sessão. A sessão 50%-LC obteve o pior perfil total de humor (Δ = 11,7%). Conclusão: Pudemos concluir que as diferentes larguras de manguito e intensidades de exercício promovem diferentes respostas em relação aos parâmetros investigados. A utilização dos manguitos curtos com baixa intensidade promovem maiores alterações nas respostas hemodinâmicas. Os manguitos largos atrapalham a mecânica do exercício prejudicando o desempenho e piorando o estado de humor dos sujeitos

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