Resumo

Os efeitos do treinamento com pesos realizados com diferentes intensidades, freqüências e volumes trazem respostas benéficas e são bem difundidos para populações de jovens e atletas. No entanto, estudos que procuram avaliar os efeitos do treinamento com pesos realizados em diferentes freqüências semanais são escassos para populações idosas. Assim, o propósito da presente pesquisa foi analisar e comparar os efeitos do treinamento com pesos sobre indicadores da sarcopenia, composição corporal, hipertrofia muscular e das capacidades físicas força muscular e flexibilidade de homens idosos submetidos a duas ou três sessões semanais de treinamento com pesos. Para tanto fizeram parte da amostra 27 indivíduos, subdivididos em: grupo treinamento com freqüência semanal de 2 sessões de treino (GT2, n=9), grupo treinamento com freqüência semanal de 3 sessões de treino (GT3, n=10), ambos submetidos a um programa de treinamento com pesos por um período de 16 semanas, e um grupo controle (GC, n=8) que não se envolveu com nenhuma rotina de exercícios físicos durante o período do experimento. Os indicadores da sarcopenia e composição corporal foram determinados por Absortometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA). A sarcopenia foi determinada pelo índice relativo de músculo esquelético. Como indicador de hipertrofia muscular, a área de secção transversal do braço (ASTBr) e coxa (ASTCx) foram avaliadas pelo método de ressonância magnética. Os indicadores de força muscular foram determinados pelo teste de uma repetição máxima (1-RM) em três exercícios na sala de treinamento com pesos (supino, leg press e rosca direta). Como indicadores de flexibilidade, sete movimentos articulares foram avaliados por flexímetro. O programa de treinamento com pesos foi dividido em duas etapas, cada qual com oito semanas de duração. Na primeira etapa o protocolo de treinamento foi realizado com cargas fixas (três séries de 15 repetições) com ordem de execução alternada por segmento. A segunda etapa, os exercícios foram localizados por articulação. As diferenças nas etapas objetivam aumentar a magnitude da carga de treinamento progressivamente ao longo do período de estudo. Ajustes semanais nas cargas de treinamento foram realizados observando o princípio da progressão de carga. Foram realizadas análises intra e inter-grupos nos diferentes momentos do estudo. A comparação entre os grupos e os momentos foi realizada pela análise de variância (ANOVA) sendo adotado o nível de significância p<0,05. Os componentes da composição corporal, assim como, o indicador de sarcopenia não foram alterados após o período experimental em nenhum dos grupos. Contudo, diferença significante entre as mudanças percentuais foram observadas entre o GT3 e GC para a gordura corporal relativa e a massa livre de gordura. No teste de 1-RM foram obtidos aumentos significantes na condição pós treino para os exercícios de supino, rosca direta, carga total levantada e carga total levantada relativa a massa corporal para o GT2 e o GT3. Somente o GT3 aumentou significativamente a força muscular no leg press. A evolução semanal da carga de treinamento no exercício supino e rosca direta ocorreu mais acentuadamente para o GT3. Para o exercício de leg press GT2 e GT3 tiveram comportamentos parecidos. Ambos os grupos treinados mostraram aumentos percentuais maiores nos indicadores de flexibilidade para os movimentos de flexão de quadril direito e esquerdo e flexão de ombro esquerdo, quando comparados ao GC. Contudo, somente o movimento de flexão de quadril esquerdo aumentou significativamente para o GT3. Apesar de haver uma tendência ao aumento da ASTCx após o TP para ambos os grupos experimentais, somente houve aumento significativo da ASTBr (9,04%) para o GT3. Diante dos resultados analisados, a realização de três sessões semanais de TP mostrou-se mais efetiva para os grupos de idosos estudados. 

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