Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos do exercício físico de subida em escada sobre parâmetros histomorfométricos ósseos e cartilaginosos de ratas submetidas à um modelo de osteoporose e imobilização. Foram utilizadas 36 ratas Wistar separadas em seis grupos: G1, G2 e G3 submetidas à pseudo-ooforectomia; e G4, G5 e G6 à ooforectomia. Após a cirurgia, permaneceram 60 dias em repouso e as ratas de G2, G3, G5 e G6 tiveram o membro posterior direito (MPD) imobilizado por 15 dias, seguido pelo mesmo período em remobilização, sendo livres na caixa para G2 e G5, e de subida em escada para G3 e G6. Ao final do experimento, as ratas foram eutanasiadas, suas tíbias retiradas bilateralmente e submetidas à rotina histológica. Foram realizadas análises morfométricas, nas quais observou-se que houve diminuição estatisticamente significativa de área (p= 0,0178) e espessura cortical (p= 0,0024), espessura da cartilagem articular (p= 0,0138) e da placa epifisária (p= 0,0187), e do número de osteócitos (p < 0,0001) e condrócitos (p= 0,0006), como também aumento significativo do canal medular (p= 0,0384), em membros imobilizados de ratas ooforectomizadas. No entanto, o exercício de subida em escada foi capaz de reverter a perda óssea cortical (área (F (5;29) = 6,24; p= 0,0007) e espessura (F(5;29)=4,11; p= 0,0062)), cartilaginosa (espessura da cartilagem articular (F(5;29)=13,88; p<0,0001) e da placa epifisária (F(5;29)=14,72; p<0,0001)) e celular (osteócitos (F(5;29)=14,55; p<0,0001) e condrócitos (F(5;29)=10,16; p<0,0001)) decorrente da ooforectomia associada à imobilização. Observou-se também diminuição significativa de área e espessura trabecular nos membros submetidos à imobilização, contudo, tanto a remobilização livre como em escada foram capazes de recuperar essa perda. Nas análises morfológicas da cartilagem articular da tíbia, não foram verificadas mudanças de estrutura nem de organização celular das ratas não submetidas à imobilização (G1 e G4), observando-se apenas considerável diminuição na espessura e no número de condrócitos em G4 (grupo ooforectomizado). Nas ratas que ficaram em remobilização livre (G2 e G5), visualizou-se regiões de degeneração da cartilagem articular com exposição de osso subcondral, perda da organização celular, descontinuidade da tidemark, presença de fissuras e floculações, como também diminuição do número de condrócitos. No entanto em G2 (grupo pseudo-ooforectomizado, imobilizado e remobilização livre) algumas regiões apresentavam tecido de granulação (pannus). Nas ratas submetidas ao exercício de subida em escada (G3 e G6), havia sinais de reparação das estruturas cartilaginosas, com presença de clones e pannus. Em G6 (grupo ooforectomizado, imobilizado e remobilização em escada), observou-se ainda invasão de vasos sanguíneos subcorticais na zona calcificada, além de aumento da quantidade de grupos isógenos e da espessura da zona calcificada. A partir dos resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que o exercício de subida em escada mostrou-se efetivo no processo de recuperação dos tecidos ósseo e cartilaginoso danificados pela imobilização, em modelo de osteoporose por ooforectomia em ratas.