Resumo


Na literatura atual é consenso que o fornecimento de feedback extrínseco é um fator relevante para melhora do desempenho de indivíduos pós acidente vascular cerebral. Contudo, não é claro qual o melhor tipo de feedback extrínseco a ser fornecido para essa população. Tal fato está relacionado ás diferentes formas de frequência e momento de fornecimento de feedback apresentadas nos delineamentos heterogêneos dos estudos. Este trabalho procurou investigar os efeitos do tipo de feedback, conhecimento de performance (CP) e conhecimento de resultado (CR), fornecidos de forma igual em termos de momento e frequência na aprendizagem de uma habilidade motora em indivíduos pós-AVC. Participaram do estudo vinte indivíduos pós-AVC aleatorizados em dois grupos, dez indivíduos formaram o grupo experimental conhecimento de resultado (GECR) e dez indivíduos formaram o grupo experimental conhecimento de performance (GECP). Vinte indivíduos saudáveis pareados em idade com o grupo experimental (GE) foram recrutados para formação do grupo controle (GC). Todos os participantes realizaram movimentos de apontamento com o braço hemiparético em direção ao centro de um alvo exposto no ambiente virtual. Esse alvo possuía áreas de pontuação (AP) que variavam de 0 a 6 pontos. O GECR recebeu informação sobre a AP tocada e a pontuação atingida. O GECP recebeu informação relacionada a trajetória do movimento executado em direção ao centro do alvo. A fase de aquisição foi composta por três dias consecutivos de prática. A cada dia foram realizados 15 blocos de 5 tentativas, sendo a informação de feedback extrínseco emitida a todos os grupos em uma frequência sumária de 20%, na última tentativa de cada bloco. Após 4 dias foram realizados dois testes de retenção, cada um composto por um bloco de 5 tentativas sem emissão de feedback. As variáveis dependentes foram desempenho motor (pontuação) e padrão motor (tempo de movimento, pico de velocidade do dedo, linearidade, suavidade do movimento e ângulo de ombro por cotovelo). As variáveis dependentes foram comparadas entre os grupos (GE x GC) confrontando os dados do pré-teste, pós-teste, teste de retenção 1 e teste de retenção 2, por meio de uma Anova two way (4 grupos (GECP, GECR, GCCP, GCCR) x 4 testes (pré-teste, pós-teste, teste de retenção 1, teste de retenção 2), com medidas repetidas no fator testes, seguido do teste post hoc de Tukey. Os resultados revelaram que em relação ao desempenho motor (pontuação), apenas o GECR não aprendeu uma tarefa de apontamento. Não houve diferença entre GECP e GC. Em relação as variáveis de padrão motor GE e GC não apresentaram diferenças em relação ao tempo de movimento, contudo ambos os grupos demonstraram diminuição do pico de velocidade, melhora na linearidade do movimento e melhor coordenação interarticular. Em relação a variável suavidade o GECP apresentou pior desempenho através de maiores correções do movimento em relação ao GECR. Conclui-se que em indivíduos pós-AVC, o fornecimento de CP promoveu melhor comparado ao fornecimento de CR. Indivíduos pós-AVC que receberam CP aprenderam de forma semelhante a indivíduos saudáveis
 

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