Efeitos do pilates vs treinamento aeróbio em hipertensos: Ensaio randomizado
Por Tainara Tolves (Autor), Caroline Montagner Pippi (Autor), Matheus Barros Moreira (Autor), Geovana de Almeida Righi (Autor), Natiele Camponogara Righi (Autor), Luis Ulisses Signori (Autor), Antonio Marcos Vargas da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 30, n 1, 2024.
Resumo
O método Pilates (MP) combina respiração lenta e profunda com exercícios de fortalecimento e alongamento. Embora tenha sido proposto como método de condicionamento físico por várias décadas, só recentemente despertou-se o interesse acadêmico/científico, com poucos relatos dos efeitos dessa intervenção em hipertensos.
Objetivos:
comparar os efeitos do MP com o treinamento aeróbio (TA) sobre a pressão arterial (PA), capacidade funcional e equilíbrio autonômico em hipertensos.
Métodos:
Vinte e quatro hipertensos foram alocados aleatoriamente em dois grupos: O grupo GTA realizou três sessões de 40 min/semana, intensidade moderada (40-70% da FC de reserva), e o grupo GMP, que realizou duas sessões de 60 min/semana; ambos durante o mesmo período de 8 semanas. A pressão arterial (casual e após 24 horas), o teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e o equilíbrio autonômico foram avaliados antes e depois da intervenção.
Resultados:
Houve redução da PA sistólica (PAS, p = 0,007), diastólica (p = 0,032) e da pressão arterial média (PAM, p = 0,016), medida em 24h, sem GMP. Também houve redução da PAS em 24h no GTA (p = 0,021). O GMP teve uma redução maior em 24h PAS (-3,4 mmHg, IC 95% -6,6 a -0,2) e PAM (-3,3 mmHg, IC 95% -6,3 a -0,3) do que o GTA. O GTA manteve uma maior distância no TC6. A PA casual e o equilíbrio autonômico não apresentaram diferenças estatísticas.
Conclusão:
Este protocolo de MP foi superior ao TA na PA monitorada por 24 horas em hipertensos, porém o TA foi superior para a capacidade funcional. As oito semanas de treinamento não foram suficientes para alterar o equilíbrio autonômico. Nível de Evidência: 1; Estudo clínico randomizado de alta qualidade com ou sem diferença estatisticamente significativa, mas com intervalos de confiança estreitos.