Resumo

INTRODUÇÃO: A doença de Parkinson (DP) é caracterizada por distúrbios motores relacionados à diminuição da funcionalidade e independência, sendo a força e a potência muscular componentes influenciadores destes e do desempenho de atividades da vida diária (AVDs). As características físicas da ferramenta de treinamento denominada kettlebell permitem execuções de padrões de movimento com transferências para muitas destas atividades, incluindo componentes de estabilização e força. OBJETIVO: Verificar os efeitos do treinamento com kettlebell no desempenho funcional e força de membros inferiores em indivíduos com DP. MÉTODOS: A amostra foi composta por 26 indivíduos com DP, divididos em Grupo Treinamento (GT) com 17 indivíduos (± 69,94), e Grupo Controle (GC) com 9 indivíduos (± 68,88). Antes e após a intervenção foram realizadas coletas de dados de varáveis de desempenho funcional, utilizando os testes Timed Up and Go (TUG), Teste de sentar e levantar (SL) e Teste de flexão de cotovelo (FCot), além de variáveis de pico de torque relativo ao peso corporal (PT/BW) referentes à força de membros inferiores utilizando dinamômetro isocinético. O treinamento foi composto por 40 sessões contendo os seguintes exercícios: Botton Up, fases inicias do Turkish Get Up (TGU), Farmer Walk, Agachamento, Dead Lift e Swing. Para tratamento estatístico foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk e o teste de ANOVA 2 (pré e pós teste) X 2 (grupos experimental e controle) para verificar diferenças intra e entre grupos (ou teste de Friedman para dados não paramétricos), o valor de significância adotado foi p ≤ 0,05. RESULTADOS: Foi verificada diferença significativa para o TUG no GT entre os momentos pré e pós (p = 0,000), e entre os grupos (p = 0,035), bem como para o SL no GT pré e pós (p = 0,000) e no CG também entre os momentos demonstrando decréscimo (P = 0,004), e entre grupos (p = 0,000). Para FCot houve diferença significativa entre os momentos pré e pós do GT (p = 0,000), e no GC, novamente demonstrando decréscimo entre os momentos (p = 0,005), e entre grupos (p = 0,000). Para as variáveis de força foram verificadas diferenças significativas para o GT entre os momentos pré e pós para o PT/BW de flexão da perna direita (p = 0,000) e de flexão da perna esquerda (p = 0,034). CONCLUSÃO: O treinamento com kettlebell é capaz de aumentar a força de membros inferiores e melhorar a funcionalidade de indivíduos com DP.

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