Efeitos do Treinamento de Força na Variabilidade da Frequência Cardíaca
Por Ingrid Bárbara Ferreira Dias (Autor), Belmiro Freitas de Salles (Autor), Roberto Fares Simão Junior (Autor), Tiago Costa de Figueiredo (Autor), Marcelo Luiz Silva Corso (Autor).
Em 42º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução Recomenda-se o treinamento de força (TF) para melhora da aptidão física, mas as adaptações após sua prática no sistema nervoso autônomo (SNA) carecem de respostas. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) avalia a ação do SNA. Após o TF há predomínio simpático, condição associada a adversidades. O método tradicional (MT) e o superset (SS) induzem a diferentes respostas metabólicas que podem influenciar o SNA. Após revisão de literatura, não foram encontrados estudos com os exercícios ordenados de forma alternada por segmento no SS. Objetivo Comparar os efeitos do treinamento de força utilizando o MT e o SS sobre a VFC. Materiais e Métodos Foi realizado um teste de 1RM em 9 homens (Idade: 30,7724,17 anos), treinados (Tempo de treino: 3,16±2,52 anos) e IMC de 25,37 1,96 nos exercícios: Supino Reto (SR). Leg Press 45° (LP45). Puxada Aberta pela Frente (PF), Cadeira Extensora (CE) Desenvolvimento (DS) e Cadeira Flexora (CF). Foi realizado um re-teste em 48h. Nas sessões de TF for medida a VFC de repouso no domínio do tempo (RMSSD) por 10 min (Polar: RS800CX) e os exercícios realizados em seguida (Aquecimento: 1x10 reps c/90 seg. a 50 % 1RM no SR e LP45 Sessão: 3x 8-10 reps c/90 seg. a 70% 1RM). No MT foi dado intervalo a cada série e no SS a cada série agrupada (SR+LP45; PF+CE: DS+CF). Logo após a VFC foi medida por 60 min a cada 10 min (R1, R2, R3, R4, R5 e R6). O volume total (VT) foi controlado para análise. A normalidade dos dados foi testada pelo teste Shapiro-Wilk e a homocedasticidade pelo Teste de Levene. A reprodutibilidade entre os testes de 1RM pelo Índice de Correlação Intraclasse (ICI). Foi utilizada uma ANOVA de medidas repetidas ao comparar as médias do VT e da VFC. Foi aplicado o post-hoc LSD para localizar as diferenças. A significância adotada foi de p≤0,05. Resultados. Os dados têm distribuição normal e variâncias homogêneas (exceto a RMSSD no SS). O ICI apresentou reprodutibilidade entre os testes de 1RM, exceto na CE (SR-0,996; LP-0.995, PF-0,998; CE-0.457, DS=0.983, CF 0,945). Não houve diferença no VT. Houve diferenças na RMSSD após o MT (F(6.56) 5.589; p=0,028] e o SS [F(6,56)=3,156; p=0,010). Não houve diferenças entre os métodos (F(1,24)=1.290, p=0,258] Conclusões: O TF pelos MT e SS afeta o SNA a uma predominância simpática. O SS apresentou alterações significativas na RMSSD por mais tempo (40 min x 50 min), expondo a maior risco de eventos adversos. Recomenda-se maior cautela na aplicação do SS.