Efeitos do Treinamento de Força Sobre a Função Pulmonar e Capacidade Respiratória de Indivíduos com Doença de Parkinson
Por Wilson Mateus Gomes da Costa Alves (Autor), Thiago Gonçalves Gibson Alves (Autor), Tiago Alencar de Lima (Autor), Renilson Moraes Ferreira (Autor), Rodolfo de Paula Vieira (Autor), Erik Artur Cortinhas Alves (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A disfunção ventilatória é conhecida por ter um papel na patogênese e na progressão de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson (DP). Além disso, a fraqueza dos músculos respiratórios e a baixa função pulmonar predispõem a doenças do trato respiratório, como pneumonia por aspiração e embolia pulmonar, que estão entre as principais causas de morte em pacientes com DP. Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento de força sobre a função pulmonar e força muscular respiratória, e a relação com a força de preensão manual. Métodos: Dezenove indivíduos com DP, de ambos os sexos com idade média de 59,2 ± 4,6 anos, realizaram 5 exercícios de força (supino sentado, remada unilateral, levantamento terra, panturrilha em pé e abdominal), 2 series por exercício, 12 a 8 repetições máximas por série, com intervalos de 1-2 minutos entre séries ou exercícios, durante 16 semanas. As avaliações incluíram espirometria e manovacuometria para mensurar a função pulmonar e a força muscular respiratória, respectivamente. A força de prensão manual foi medida por dinamometria. Os dados foram analisados usando o software estatístico SSPS v.21. Para analisar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-wilki. As diferenças entre os grupos foram analisadas utilizando o teste t (variáveis com distribuição normal) e o teste de Wilcoxon (variáveis com distribuição não normal). E para a correlação, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Todas as variáveis da função pulmonar aumentaram significativamente, com exceção da ventilação voluntária máxima (VVM). Em relação à força muscular respiratória, tanto a pressão expiratória (PEmáx) quanto a pressão inspiratória máxima (PImáx) aumentaram, no entanto, apenas o PEmáx foi significativo. A força de preensão manual também aumentou significativamente (tabela). Houve associações diretas significativas entre força de preensão manual e PEmáx (p= 0.01, r=0.54), PImáx (p=0.004, r=0.62), e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) (p=0.001; r=0.68). Além disso, houve também uma correlação direta significativa entre VVM e PImáx (p = 0.004; r = 0.62). Conclusão: Em pacientes com DP, um programa de treinamento de força de 16 semanas foi efetivo em induzir melhoras na função pulmonar, força muscular respiratória e força de preensão manual. Assim, uma intervenção útil para a reabilitação respiratória e funcionalidade geral de pacientes com DP.