Resumo

Introdução: A disfunção ventilatória é conhecida por ter um papel na patogênese e na progressão de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson (DP). Além disso, a fraqueza dos músculos respiratórios e a baixa função pulmonar predispõem a doenças do trato respiratório, como pneumonia por aspiração e embolia pulmonar, que estão entre as principais causas de morte em pacientes com DP. Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento de força sobre a função pulmonar e força muscular respiratória, e a relação com a força de preensão manual. Métodos: Dezenove indivíduos com DP, de ambos os sexos com idade média de 59,2 ± 4,6 anos, realizaram 5 exercícios de força (supino sentado, remada unilateral, levantamento terra, panturrilha em pé e abdominal), 2 series por exercício, 12 a 8 repetições máximas por série, com intervalos de 1-2 minutos entre séries ou exercícios, durante 16 semanas. As avaliações incluíram espirometria e manovacuometria para mensurar a função pulmonar e a força muscular respiratória, respectivamente. A força de prensão manual foi medida por dinamometria. Os dados foram analisados usando o software estatístico SSPS v.21. Para analisar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-wilki. As diferenças entre os grupos foram analisadas utilizando o teste t (variáveis com distribuição normal) e o teste de Wilcoxon (variáveis com distribuição não normal). E para a correlação, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Todas as variáveis da função pulmonar aumentaram significativamente, com exceção da ventilação voluntária máxima (VVM). Em relação à força muscular respiratória, tanto a pressão expiratória (PEmáx) quanto a pressão inspiratória máxima (PImáx) aumentaram, no entanto, apenas o PEmáx foi significativo. A força de preensão manual também aumentou significativamente (tabela). Houve associações diretas significativas entre força de preensão manual e PEmáx (p= 0.01, r=0.54), PImáx (p=0.004, r=0.62), e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) (p=0.001; r=0.68). Além disso, houve também uma correlação direta significativa entre VVM e PImáx (p = 0.004; r = 0.62). Conclusão: Em pacientes com DP, um programa de treinamento de força de 16 semanas foi efetivo em induzir melhoras na função pulmonar, força muscular respiratória e força de preensão manual. Assim, uma intervenção útil para a reabilitação respiratória e funcionalidade geral de pacientes com DP.

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