Resumo

Com o advento do climatério, assim como a pós-menopausa, os efeitos protetores dos hormônios ovarianos são diminuídos. Fato este, que projeta permissibilidade quanto ao acometimento de doenças degenerativas de ordem cardiometabólica. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos do treinamento físico aeróbio e resistido na privação dos hormônios ovarianos associado à hipertensão e ao consumo crônico de frutose em parâmetros metabólicos, cardiovasculares e de estresse oxidativo no tecido hepático. Ratas fêmeas Wistar (n=8) e SHR (n=40) foram divididas em: controle (C), hipertensas (H), hipertensas ooforectomizadas (HO), hipertensas tratadas com frutose ooforectomizadas (HOF) submetidas ao treinamento físico aeróbio (HOFTa) ou treinamento físico resistido (HOFTr). O treinamento físico aeróbio (esteira; 1h/dia; 5x/sem) e o treinamento físico resistido (escada adaptada para ratos; 1h/dia; 5x/sem) foram realizados durante 8 semanas. Parâmetros de função cardiovascular, metabólicos e de capacidade física e sua relação com alterações de estresse oxidativo hepático foram avaliados. Os grupos que foram privados dos hormônios ovarianos: HO (261±8 g), HOF (261±8 g), HOFTa (264±11 g) apresentaram maior peso corporal ao final do protocolo, exceto o grupo HOFTr (241±8g). A realização do teste de esforço ao final das oito semanas obteve maior tempo de corrida das ratas treinadas (HOFTa: 25±2,3 min) em relação as ratas sedentárias (C:18±5,6 min, H:24±4,8 min, HO: 23±4,8 min, HOF: 22±4,8 min). O teste de carga máxima foi maior no grupo HOFTr (554±42 g) quando comparados aos demais grupos estudados (C:204±31 g; H:360±56 g, HO:335±104 g, HOF: 410±56 g), evidenciando a eficácia do treinamento nesses animais. A frequência cardíaca foi maior no grupo hipertenso submetido à ooforectomia + sobrecarga de frutose (HOF:393±28 bpm), se comparado aos grupos: controle C (350±31 bpm), H (355±18 bpm), HO (345±34 bpm), HOFTa (335±25 bpm) e HOFTr (333±37 bpm). Para TBARS, HOF (1,6±0,28 umol/mg proteína) foi maior em comparação ao H (1,0±0,34 umol/mg proteína) e HO (1,0±0,25 umol/mg proteína). Já para Carbonilas, H (7±3,05 nmol/mg proteína), HO (5,9±1,13 nmol/mg proteína), HOF (5,2±1,27 nmol/mg proteína), HOFta (5,2±1,13 nmol/mg proteína), HOFTr (5,3±1,47 nmol/mg proteína) foram maiores que C (1,0±0,42 nmol/mg proteína). A concentração de catalase (H: 6,6±1,35 nmol/mg proteína; HO: 6,9±2,85 nmol/mg proteína; HOF: 7,8±1,92 nmol/mg proteína; HOFta: 6,2±0,93 nmol/mg proteína; HOFTr: 6,4±2,20 nmol/mg proteína) foi maior que C (2,7±0,90 nmol/mg proteína). Já para a atividade da SOD, no grupo HOFTa 28,0±5,02 nmol/mg proteína) foi maior que em C (22±7,56 nmol/mg proteína), H (18,9±3,72 nmol/mg proteína), HO (19,4±4,54 nmol/mg proteína), HOF (20,1±5,30 nmol/mg proteína), e com exceção à HOFTr (16,7±5,19 nmol/mg proteína). Já a atividade da GPx foi maior em todos os grupos (H: 112,2±12,21 nmol/mg proteína; HO: 101,4±22,67 nmol/mg proteína; HOF: 108,1±20,70 nmol/mg proteína; HOFta: 119,6±15,57 nmol/mg proteína; HOFTr: 98,4±26,09 nmol/mg proteína) em comparação a C (41,0±16,36 nmol/mg proteína). Portanto, o treinamento físico aeróbio e/ou resistido de intensidade moderada neste modelo de associação de fatores de risco atenuou algumas das disfunções metabólicas e cardiovasculares provavelmente por melhorar o perfil de estresse oxidativo no tecido hepático.

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