Resumo
Objetivo: Verificar os efeitos dos treinamentos físicos aeróbio, resistido e combinado em parâmetros cardiometabólicos e no perfil oxidativo do tecido cardíaco de ratas fêmeas submetidas à sobrecarga de frutose. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 40 ratas Wistar divididas em 5 grupos: Controle (n=8), Frutose Sedentária (FS, n=8), Frutose Treinamento Aeróbio (FTA, n=8), Frutose Treinamento Resistido (FTR, n=8), Frutose Treinamento Combinado (FTC, n=8). Foi administrado 100g/L de frutose na água de beber para os grupos sedentário e treinados. Os grupos treinados foram submetidos aos protocolos de treinamento (1x ao dia/5x por semana/8 semanas). Logo, o grupo FTA foi submetido ao treinamento físico na esteira (40%-60% da velocidade máxima do teste de esforço). Já o grupo FTR realizou o treinamento em uma escada adaptada (40%-60% da carga máxima do teste). Por fim, o FTC utilizou tanto a esteira quanto a escada adaptada em dias alternados. Foram avaliados parâmetros hemodinâmicos (pressão arterial e frequência cardíaca); metabólicos (peso corporal; glicose, triglicerídeos sanguíneos e resistência à insulina) e de capacidade funcional (teste de esforço e carga máxima) e do perfil oxidativo. Resultados: Após 8 semanas de protocolo os animais apresentaram um aumento da massa corporal em relação ao momento inicial (p<0,001). O grupo FTC apresentou menores valores ao ser comparado com o grupo FS (p<0,01). Ao realizar o teste de esforço máximo, os grupos FTA e FTC apresentaram maiores valores que os grupos C e FS (p<0,001). Enquanto no teste de carga máxima o grupo FTR apresentou maiores valores em relação aos grupos C, FTA e FS (p<0,001). Em relação às variáveis metabólicas, não foram encontradas diferenças na glicose sanguínea. Ao avaliar os triglicerídeos houve redução dos níveis ao final do protocolo os grupos FTA, FTR e FTC com menores valores que o grupo FS (p<0,001). Além disso, o grupo FS apresentou maior resistência à ação da insulina quando comparado ao grupo C (p<0,05) enquanto os grupos FTA, FTR e FTC reduziram a resistência à ação da insulina (p<0,05). Para a variável tecido adiposo branco, o grupo FS apresentou maiores valores (p<0,05) em relação com grupo C e aos grupos treinados. O grupo FS apresentou maiores valores de PAS, PAM e FC em relação ao grupo C. Os grupos treinados, por sua vez, apresentaram menores valores comparados ao FS (p<0,05), não houve diferença nas variáveis PAD. No perfil oxidativo, foi observado redução da concentração da enzima catalase induzido pela sobrecarga de frutose (p<0,05) e somente o FTC foi eficaz no aumento da catalase (p<0,05). Conclusão: O treinamento combinado parece ser mais eficaz para a redução do peso corporal. Os treinamentos aeróbio, resistido e combinado apresentam melhorias na capacidade física, triglicerídeos, resistência à insulina, e PAS, enquanto para a PAM e FC os treinamentos resistido e combinado parecem ser mais eficientes. A sobrecarga de frutose reduziu a catalase, gerando um prejuízo oxidativo. No entanto, o treinamento combinado conseguiu prevenir esse prejuízo no perfil oxidativo. Dessa forma, os treinamentos físicos aeróbio, resistido e combinado podem ser uma intervenção não-farmacológica eficiente para prevenção da SM.