Resumo

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução ao fluxo aéreo, que além do comprometimento pulmonar, produz consequências sistêmicas significativas, as quais podem ser minimizadas com o treinamento físico. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de um programa de exercícios físicos aeróbios aquáticos sobre a força muscular respiratória, a mobilidade toracoabdominal, a capacidade funcional, e a dispneia em pacientes com DPOC. Foram estudados 16 voluntários com diagnóstico de DPOC (classificação GOLD I/II/III/IV), gênero masculino, divididos em grupo controle (GC) que participou somente das avaliações, e o grupo treinamento (GT) que participou de 24 sessões de um programa de treinamento de exercícios aeróbios aquáticos, realizado três vezes por semana, por oito semanas. A sessão durava aproximadamente 60 minutos. Antes e após o protocolo de exercícios, os pacientes foram submetidos à avaliação da força muscular respiratória pela medida das pressões respiratórias máximas, da mobilidade toracoabdominal pela cirtometria, da capacidade funcional pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6’), e da dispneia pela escala Medical Research Council (MRC), e pela escala de Borg . Para a análise dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, Teste t de Student pareado, e o Teste t de Student não pareado, com nível de significância de 5%. A relação entre as variáveis estudadas foi avaliada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson (r). Os resultados demonstraram diferença significativa para o GT, na comparação entre os valores das pressões respiratórias máximas (cmH2O) nas condições pré e pós-treinamento, (Pressão Inspiratória Máxima: 75±18,3 vs. 84,4±20,6; Pressão Expiratória Máxima: 141,3±36,7 vs. 157,5±39,4). Para o GC, não houve diferença. Na análise da mobilidade toracoabdominal comparando as condições pré e pós treinamento, não foram encontradas diferenças significativas para o GC, entretanto o GT mostrou aumento significativo nos níveis axilar e abdominal (cm) após o treinamento (Axilar: 5,9±2,2 vs. 7,8±1,4; abdominal: 1,1±0,7 vs. 3,8±2,5). Com relação à capacidade funcional, foi verificado aumento significativo na distância percorrida (DP) entre o pré e póstreinamento apenas do GT (DP 466,1±74,4 vs. 541,4±75,7). No que se refere à dispneia, os resultados mostraram que após o período de treinamento, houve redução significativa somente para o GT, na avaliação pela escala MRC (3,1±1,0 vs. 1,9±0,8), e pela escala de Borg (5,62±0,74 vs. 3,50±0,53). A análise de correlação demonstrou resultado significante do TC6’ com as pressões respiratórias máximas (PImáx r=0,89 e PEmáx r=0,82), cirtometria (axilar r=0,74 e xifoideana r=0,67) e Borg dispneia (r=-0,62). Conclui-se que o treinamento físico aeróbio aquático promoveu adaptações benéficas sobre a força muscular respiratória, mobilidade toracocabdominal, capacidade funcional, e dispneia em pacientes com DPOC.

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