Resumo

Atualmente, no Brasil e no mundo, as doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte. Apesar de haver uma previsão da redução de morte por DCV, em áreas desenvolvidas, há previsão de aumento da prevalência de doenças desse foro e dos seus fatores de risco, o que acarretará demasiado gasto público e diminuição da qualidade de vida da população. Diversos estudos com modelo animal têm demonstrado que a suplementação crônica com altas doses de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) promove a diminuição da resistência á insulina, como melhora o perfil lipídico. Também é bem sabido que o treinamento físico (TF) melhora esses paramentos metabólicos. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é observar a influência da suplementação de AACR associada ou não ao TF em biomarcadores metabólicos relacionado ao risco de DCV. 40 sujeitos, sedentários de ambos os sexos, IMC ≥ 25, foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos (G): G1= Placebo; G2= Suplementado/BCAA; G3= Treino + Placebo; G4= Treino + BCAA. A suplementação foi de 300mg/kg-1/dia-1 de BCAA ou waxy maize (placebo), dividida em três doses diárias. O TF foi 8 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade, num cicloergômetro, 3 vezes por semana, com séries de esforço máximos de 30 segundos, sendo 4 séries nas semanas 1-2, 5 séries nas semanas 3-4 e 6 séries nas semanas 5-8, com carga de 0,075 kg/kg de peso corporal. O tempo de descanso (ativo ou passivo) entre as séries form de 4,5 minutos. Antes e após da intervenção foram avaliados o VO2pico, Razão de troca respiratória (RER, em repouso e em atividade física), colesterol total (CT) e frações (LDL, HDL), triglicérides (TAG), proteína C reativa (PCR), HbA1c e percentual de gordura (%G). Não houve alterações (p> 0,05) no %G devido ao tratamento em nenhum dos grupos. O VO2pico aumentou (p‹ 0,01) somente nos grupos treinado (G3 e G4), mas sem diferença entre si (p> 0,05), mas estes valores de VO2pico ficaram superiores quando comparados aos grupos G1 e G2 (P‹ 0,01). Em relação ao Pré tratamento a 3 suplementação isolada de AACR promoveu diminuição do QR em exercício no G2 e G4 (p‹ 0,05), entretanto, somente no G4 o QR diminuiu em situação de repouso (p‹ 0,05); não houve diferença entre os grupos. Houve diminuição da HbA1c (p‹ 0,01) e LDL (p‹ 0,05) somente no grupo G4. O TAG diminuiu significantemente no grupo G2 (p‹ 0,05) e G4 (p‹ 0,01). O HDL aumentou somente no G4 (p‹ 0,05). O CT e a PCR não alteraram (p> 0,05) em nenhum dos tratamentos. Conclusão: a suplementação de AACR associada ao TF pode promover um efeito sinergista em direção da melhora da saúde metabólica.

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