Efeitos do treinamento funcional sem carga externa na endurance de membros inferiores em pessoas com e sem sobrepeso
Por Leonardo LR Santos (Autor), Leury MS. Chaves (Autor), Breno JFS Rocha (Autor), André FS Almeida (Autor), Wandercleiton S Oliveira (Autor), Marzo E Da Silva-Grigoletto (Autor).
Resumo
O Treinamento Funcional (TF) concentra-se no desenvolvimento de movimentos e habilidades necessários às atividades diárias, visando à integração de diversos grupos mus-culares, tornando os movimentos mais próximos das demandas reais do corpo. Nesta seara, o treinamento funcional sem carga externa (TFSC) ou com peso corporal apresenta-se como uma abordagem promissora na melhoria da endurance de membros inferiores (MMII), funda-mental para a realização de tarefas cotidianas. Esta modalidade demonstra baixo custo e alta aplicabilidade, podendo ser realizada em qualquer local, combinando os benefícios do TF com a praticidade de um programa sem a necessidade de investimentos em equipamentos. A endu-rance de MMII é importante para a saúde física, especialmente em indivíduos com sobrepeso e fisicamente inativos, visto que promove autonomia e favorece a qualidade de vida. Nesse sen-tido, programas de exercícios devem dar importância ao desenvolvimento da endurance prin-cipalmente para populações com sobrepeso, que frequentemente apresentam limitações neste tipo de capacidade. No entanto, ainda não está claro na literatura científica se o TFSC pode melhorar a endurance de MMII em pessoas com e sem sobrepeso. Objetivo: Analisar os efeitos do treinamento funcional sem carga após 10 sessões de treinamento na endurance de membros inferiores em pessoas com e sem sobrepeso. Métodos: Foi realizado um estudo clínico de caráter experimental com 30 indivíduos sedentários, com idades entre 18 a 35 anos, divididos em um grupo com sobrepeso e outro sem sobrepeso. A avaliação da endurance muscular foi feita por meio do teste de repetições máximas de agachamento em 30 (AG30S) e 60 segundos (AG60S). As sessões de treinamento consistiram em um bloco de preparação para o movimento, seguido de exercícios de coordenação motora e um bloco principal, composto por exercícios calistênicos com padrões de força na densidade de 30 segundos de exercício e 15 segundos de descanso, vi-sando à execução na maior velocidade possível. O protocolo TFSC envolveu duas sessões sema-nais, com duração máxima de 60 minutos elaborado na forma de circuito, que incluía padrões básicos de movimento, tais como empurrar, agachar e puxar, assim como suas variações. Resul-tados: Para o grupo sem sobrepeso, houve melhora significativa apenas no teste AG30S, com aumento de Δ8% (pré: 25,0 ± 1,5; pós: 27,0 ± 2,3; p = 0,01); enquanto no teste AG60S, o aumento foi de Δ6,1%, porém sem significância estatística (pré: 49,0 ± 4,6; pós: 52,0 ± 5,3; p = 0,21). Já o grupo com sobrepeso apresentou melhorias significativas em ambos os testes: no teste AG30S, houve um aumento de Δ9,1% (pré: 22,0 ± 3,7; pós: 24,0 ± 2,9; p = 0,01); no teste AG60S, o aumento foi de Δ11,6% (pré: 43,0 ± 8,4; pós: 48,0 ± 5,5; p = 0,00). Conclusão: Conclui-se que após o período de intervenção a endurance para o grupo sem sobrepeso obteve melhoras significativas apenas no teste AG30S, já no sobrepeso, a melhora foi nos testes AG30S e AG60S.