Resumo

Objetivo: avaliar os efeitos do treinamento resistido e destreinamento nas variáveis hemodinâmicas, metabólicas e composição corporal em idosas com síndrome metabólica submetidas a dois percentuais de restrição de fluxo sanguíneo. Materiais e Métodos: ensaio clínico, controlado, randomizado, duplo-cego com participação de 39 indivíduos do sexo feminino com 64,4±4,5 anos de idade, estatura de 1,52±6,4 m e peso de 65,0±10,5 kg, que realizaram exercício resistido de baixa intensidade a 20% da força máxima, com uso de equipamento de oclusão vascular, alocados randomicamente em três grupos: 1) Grupo 0% de restrição de fluxo sanguíneo (GCP)(n=13); 2) Grupo 60% de restrição de fluxo sanguíneo (RFS60)(n=13); 3) Grupo 80% de restrição de fluxo sanguíneo (RFS80)(n=13); respostas cardiovasculares foram avaliadas pela monitorização ambulatorial da pressão arterial; força muscular mensurada pelo teste de uma repetição máxima; composição corporal avaliada por meio de dobras cutâneas; variáveis sanguíneas por analisador bioquímico; os indivíduos completaram três séries de quinze repetições, intervalo de sessenta segundos entre séries, alternados por segmento, nos exercícios: leg press, extensão de cotovelo, extensão de joelhos, e flexão de cotovelo; frequência de duas vezes semanais, em dias alternados, durante oito semanas; depois, submetidos à interrupção dos exercícios por quatro semanas; a análise estatística foi realizada no software GraphPad Prism; nível de significância p<0,05. Resultados: observou-se redução significativa nas comparações entre grupos e entre os momentos avaliados para as variáveis cardiovasculares após a primeira sessão de exercícios; efeitos cardioprotetores do exercício associado a restrição de fluxo sanguíneo foram mais significativos no RFS60 que no RFS80, pois a pressão arterial sistólica diminuiu -6,5 mmHg e a frequência cardíaca -4,1 bpm em relação ao momento basal (p<0,05); ainda aumentou força muscular e reduziu composição corporal após oito semanas de treinamento; a maioria das variáveis retornou aos valores pré treinamento; a frequência cardíaca permaneceu reduzida em -4,1 bpm e a força muscular aumentada no RFS60 após quatro semanas de destreinamento; não houve melhora do perfil lipídico (p>0,05); não houve diferença entre os grupos. Discussão: o efeito hipotensivo e melhoria na força muscular e composição corporal após protocolo de oito semanas de treinamento, confirmaram parcialmente os achados iniciais da primeira sessão de exercícios, que podem ter possibilitado maior reflexo pressor do exercício, mediados pelos mecanorreceptores e metaborreceptores musculares, redução da resistência vascular periférica, maior secreção de óxido nítrico promovendo vasodilatação, e possível melhora da função endotelial, sobretudo quando o fluxo sanguíneo foi restrito a 60%. Conclusão: essas evidências sugerem que o exercício resistido de baixa intensidade com 60% e 80% de restrição de fluxo sanguíneo, proporcionou melhorias cardiovasculares, força muscular e composição corporal de idosas com síndrome metabólica após oito semanas de treinamento, bem como após quatro semanas de destreinamento; sendo os efeitos protetores melhores quando o fluxo sanguíneo foi restrito a 60% em comparação a 80%.

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