Resumo
O treinamento resistido tem sido recomendado para a manutenção e melhora das capacidades funcionais de pessoas idosas. Esta revisão sistemática com metanálise sumarizou os resultados de estudos que compararam a magnitude do efeito do treinamento resistido sobre o resultado de diferentes testes funcionais e se as diferentes variáveis do treinamento resistido, quando analisadas separadamente, influenciavam o efeito observado em ensaios clínicos randomizados e controlados. As estimativas de 49 estudos, referentes ao efeito do treinamento resistido sobre o resultado de testes funcionais, foram combinadas em uma metanálise para investigar a resposta dos testes funcionais. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados PubMed, SCOPUS, Web of Science, Embase e SPORTDiscus em agosto de 2022. Foram incluídos apenas ensaios clínicos randomizados na qual a população era composta por idosos (≥ 60 anos) saudáveis, com a intervenção sendo constituída por no mínimo 4 semanas, com comparativo entre grupo controle e um ou mais grupos intervenção, com os resultados sendo apresentados em no mínimo um teste funcional. A seleção dos estudos e a extração dos dados foram realizadas realizada por dois revisores de maneira independente. As análises foram feitas a partir do modelo de efeitos aleatórios, com representação do efeito combinado e as diferenças médias padronizadas, com intervalo de confiança de 95%, adotando p = <0,05 para significância estatística, por meio do software RStudio. Foram encontrados 7135 estudos na primeira rodada de buscas e ao final do processo de seleção, 49 estudos foram incluídos nessa revisão sistemática com metanálise. Para a análise dos dados os testes funcionais foram organizados em subgrupos, sendo eles Timed Up and Go (TUG), Sentar e Levantar em 30 s, Sentar e Levantar 5 x, Caminhada Longa, Caminhada Curta, Subir Escadas e Bateria de Testes. As variáveis do treinamento utilizadas na análise foram a Intensidade, número de repetições, número de séries, volume total, velocidade de contração concêntrica e implemento. Intervenções com o treinamento resistido promoveram uma melhora significativa nos subgrupos TUG (SMD = 0,86; 95% IC = 0,59; 1,13; p = 0,0001), caminhada longa (SMD = 1,22; 95% IC = 0,14; 2,30; p = 0,02), sentar e levantar 5 x (SMD = 0,63; 95% IC = 0,23; 1,04; p = 0,004), sentar e levantar em 30 s (SMD = 1,27; 95% IC = 0,66; 1,89; p = 0,0002) e subir escadas (SMD = 0,54; 95% IC = 0,05; 1,03; p = 0,03). O modelo estatístico não encontrou nenhuma variável do treinamento como moderadora dos efeitos dos estudos. Nossos achados sugerem que o treinamento resistido apresenta um efeito positivo nos resultados dos testes funcionais em idosos, corroborando com a literatura, e que as variáveis do treinamento, de maneira independente, não são moderadoras do efeito.