Resumo

Reduções substanciais na capacidade funcional são comumente observadas du-rante o envelhecimento, além das alterações na composição corporal, como a perda de massa muscular e o aumento do percentual de gordura. Todo esse contexto contribui para o declínio funcional em idosos, e embora seja observada uma elevada prevalência de incapacidade em ambos os sexos, as mulheres são mais frequente e gravemente afetadas. O treinamento resisti-do tradicional consiste em uma intervenção não farmacológica com ênfase nos componentes cardiorrespiratório e de força, a fim de minimizar tais debilidades, entretanto, o uso de equipa-mentos de alto custo podem configurar como uma barreira, impactando na sua aplicabilidade. O treinamento com peso corporal tem ganhado notoriedade devido a sua fácil acessibilidade, melhorando as capacidades físicas a partir de padrões básicos de movimentos, impactando po-sitivamente na funcionalidade. Ainda assim, apesar de ambas as metodologias demonstrarem efeitos positivos nessa população, são poucas as evidências e comparações entre os métodos sobre os seus efeitos na função e composição corporal. Objetivo: Comparar os efeitos do trei-namento tradicional com o treinamento com peso corporal na funcionalidade e composição corporal de mulheres idosas. Métodos: Vinte e quatro idosas (64,7±3,9 anos) completaram 24 semanas de intervenção, sendo randomizadas em Treinamento Tradicional (TT n = 14) e Treina-mento com Peso Corporal (TPC n = 10). O treinamento foi composto por: Bloco 1 – preparação para o movimento; Bloco 2 – coordenação (TCP) ou aeróbico (TT); Bloco 3 – força em padrões de empurrar, puxar e agachar; Bloco 4 – cardiometabólico. As sessões eram realizadas três vezes por semana com duração de 60 minutos. A funcionalidade foi avaliada através dos testes de Sentar e Levantar de 5 Repetições (SL5R), Gallon Jug Shelf Transfer (GJST) e Caminhada de 400 metros (C400), enquanto que a composição corporal se deu por meio do Percentual de Gordura (PG) e da Massa Muscular (MM) obtida através da bioimpedância. Foram realizadas compara-ções de médias pelo teste t de amostras independentes e dependentes, onde foi adotado nível de significância p < 0,05. Também foi calculada a variação percentual entre os momentos. re-sultados: Ambos os grupos tiveram uma melhora estatisticamente significativa nos testes GJST (TT = –8,1%, p < 0,01; TPC = –9,8%, p < 0,05) e SL5R (TT = –33,6%, p < 0,01; TPC = –32,1%, p < 0,01), mas somente o grupo TPC melhorou significativamente o teste de C400 (-13,4%, p = 0,04). Em relação à composição corporal, apenas o TPC apresentou melhora estatisticamente significativa no PG (–6,6%, p = 0,04), e na MM não houve diferença entre os momentos. Não houve diferença estatística significativa pré e pós das variáveis intergrupos. Conclusão: Ambas as metodologias contribuíram para melhorar a funcionalidade de mulheres idosas. Ademais, o TPC destacou-se ao ser o único a aumentar a velocidade de marcha e reduzir o percentual de gordura significa-tivamente.

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