Resumo

A patinação artística se desenvolveu ao longo dos anos, até tornar-se o esporte de competição visto atualmente. Contudo, existe pouca informação na literatura a respeito da intensidade das sessões de treino desta modalidade e se existiria uma maneira de expor o atleta a um menor número de impactos dos saltos durante o treino, mas atingir os mesmos benefícios. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos de dois tipos de sessão de treino de patinação sobre parâmetros fisiológicos e neuromusculares de atletas da patinação artística sobre rodas. Nove atletas (17,7 ± 2,96 anos) realizaram dois diferentes tipos de sessão de treino, de forma randomizada: uma sessão convencional (conv) (na qual o número de saltos e os intervalos realizados foram determinados pelo técnico das atletas, conforme o treinamento normalmente realizado pelas mesmas, resultando em uma média de 139 ± 31,2 saltos) e uma sessão sistematizada (sist) (na qual foram realizados 96 saltos, com intervalo de 6 s entre cada salto, 2 a 3 min entre cada repetição (conjunto de oito saltos) e 5 min a cada quatro repetições). As atletas foram avaliadas antes, imediatamente após, 5 min, 10 min, 15 min, 30 min, 24h, 48h e 72h após a realização das sessões, em parâmetros relacionados à atividade muscular, taxa de produção de força, altura e potência dos saltos squat jump (SJ), counter movement jump (CMJ) e drop jump (DJ) e concentração sanguínea de creatina quinase e de lactato. Foi utilizado o Teste T para amostras pareadas para a comparação entre as sessões nos diferentes momentos, sendo adotado um α=0,05 como significância (SPSS v. 17.0). Foram observadas algumas diferenças significativas entre as sessões, dentre elas, na concentração sanguínea de lactato no momento 15 min após (conv: 1,47 ± 0,45 mmol; sist: 1,03 ± 0,25 mmol; p=0,044) e na altura dos saltos SJ, no momento 72h após (conv: 0,20 ± 0,06 m; sist: 0,18 ± 0,06 m; p=0,012), e CMJ, também no momento 72h após (conv: 0,21 ± 0,06 m; sist: 0,20 ± 0,06 m; p=0,008). Porém, de maneira geral, foram observadas poucas diferenças significativas entre as sessões de treino avaliadas no presente estudo, o que indica que ambas representaram uma intensidade semelhante de treino. No caso da sessão sistematizada, os achados confirmam a hipótese de que uma sessão de treino com número de saltos e tempo de intervalo definidos seria uma alternativa interessante de expor menos o atleta a uma grande quantidade de impacto e, ainda assim, atingir os mesmos resultados de uma sessão convencional.

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