Resumo
A síndrome da fibromialgia (SFM) é caracterizada pela ocorrência de dor músculo-esquelética crônica generalizada, pontos dolorosos e sintomas como rigidez, fadiga e distúrbios do sono. Os exercícios físicos tem mostrado resultados positivos no tratamento da SFM, pois apresentam um efeito analgésico, proporcionando bem-estar às pacientes. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura sobre a relação da prática de exercícios físicos com os sintomas da SFM e verificar os efeitos de um programa estruturado dos exercícios físicos musculação, caminhada e alongamento sobre a dor, humor, depressão, qualidade de vida e sono de pacientes com SFM. Participaram desta pesquisa 31 pacientes com diagnóstico clínico de SFM: 7 no grupo musculação, 8 no grupo caminhada, 7 no grupo alongamento e 9 no grupo controle. Para caracterização do perfil dos participantes foi utilizado o Questionário Sócio-demográfico e Clínico - QSDC (KONRAD, 2005); para a avaliação da intensidade da dor foi utilizada a Escala Visual Analógica - EVA (MARQUES et al., 2006); para mensurar a percepção dos sintomas depressivos foi utilizado o Inventário de Depressão de Beck (GORENSTEIN; ANDRADE, 1996); para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Indice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) (BUYSSE et al., 1989); para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o Questionário Sobre o Impacto da Fibromialgia (QIF); para avaliar o humor foi utilizada a Escala de Humor de Brunel (BRUMS) (ROHLFS et al., 2006). As variáveis foram coletadas antes da 1ª sessão de exercícios físicos e uma vez a cada mês durante o programa de musculação, caminhada e alongamento. Os dados foram tratados com estatística descritiva (média, frequência e desvio padrão) e inferencial (teste de Shapiro-wilk, Wilcoxon, Teste t de Student pareado). Após 12 semanas de prática de musculação os participantes apresentaram diminuição significativa na dor (p=0,046), na depressão (p=0,004) e no impacto da SFM na qualidade de vida (p=0,011) e melhoraram o estado de humor na tensão (p=0,042), na depressão (p=0,000) e na fadiga (p=0,011). Após 12 semanas de prática de caminhada os participantes apresentaram diminuição significativa do impacto da SFM na qualidade de vida (p=0,012) e após 12 semanas de prática de alongamento melhorou a qualidade do sono (p=0,014) e diminuiu o vigor no estado de humor (p=0,033). No grupo controle ocorreu o aumento da raiva no estado de humor (p=0,041) após 12 semanas. Concluiu-se que os exercícios físicos melhoram o bem estar em pacientes com SFM e são também eficazes na redução dos pontos de dor, diminuição da depressão e melhora da qualidade de vida desta população. Após 12 semanas de prática dos exercícios ocorreram as seguintes alterações: no grupo musculação diminuiu a dor, a depressão e o impacto da SFM na qualidade de vida e melhorou o humor (tensão, depressão e fadiga); no grupo caminhada diminuiu o impacto da SFM na qualidade de vida e no grupo alongamento melhorou a qualidade do sono e diminuiu o vigor no estado de humor. No grupo controle após 12 semanas do estudo aumentou a raiva no estado de humor.