Resumo
A manipulação dos intervalos de descanso (ID) entre as séries depende de outras variáveis do treinamento de força (TF), podendo influenciar nas respostas cinemáticas e fisiológicas advindas após o treino. Assim, os objetivos da dissertação, foram: (1) verificar se a manipulação dos ID está sendo realizada de acordo com tipo de treinamento; (2) comparar os efeitos agudos do TF com ID fixos de 3 min (IDF3), 6 min (IDF6) e autossugerido (IDAS). A princípio, 509 indivíduos (29,3 ± 8,6 anos) de ambos os sexos responderam um questionário composto 29 questões. A partir de então, dez homens treinados (23,7 ± 4,4 anos) foram incluídos no estudo com delineamento cruzado, com três condições experimentais. Os participantes realizaram exercícios de supino reto, remada no banco e agachamento. Variáveis cinemáticas (média de velocidade propulsiva (MVP) obtida com a carga ~ 1,00 m·s-¹, ballistic push-up (BPU), squat jump (SJ)) e o lactato sanguíneo foram avaliados em dois momentos (pré e pós), e a creatina quinase em quatro (pré, após, 24h e 48h pós). Os resultados demonstraram que o ID entre as séries não está associado a intensidade subjetiva do treinamento, nem ao número de repetições de cada série ou sequer ao tempo de experiência no TF (p > 0,05). Verifica-se que, ID mais longos (6 min) favoreceram a manutenção da carga externa, entretanto, o IDAS foi mais eficiente que os demais (p < 0,001). Foram observadas reduções no desempenho neuromuscular (BPU, SJ e MVP) entre os momentos para todos os exercícios, sem diferenças entre as condições (p < 0,05). O IDAS acarretou maiores concentrações de lactato sanguíneo após treino em relação ao IDF6 (p < 0,05). No tocante à creatina quinase, não foram encontradas diferenças significativas entre os três ID (p > 0,05). Conclui-se que, a manipulação do ID não ocorre de maneira adequada e que não há diferenças entre o IDAS, IDF3 e IDF6 no que tange a fadiga e ao dano muscular quando o volume é equalizado, no entanto, IDAS apresentou maior perturbação metabólica.