Resumo
O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos do estresse físico no processamento das informações visuais periféricas em motoristas do transporte coletivo urbano, os quais foram classificados de acordo com seu tempo de experiência como motoristas profissionais: -5 anos, 5-10 anos e +1Oanos de experiência. Participaram da pesquisa 30 motoristas das cidades de Concepción e Talcahuano, Chile, selecionados de forma aleatória, os quais foram divididos sem três grupos de 10 indivíduos segundo seus tempos de experiência. O campo visual do motorista foi medido em um laboratório com uma luminosidade de 1.500 luxo. A situação experimental consistiu na formação de um campímetro de 1900no eixo horizontal. A tarefa dos motoristas foi pedalar numa bicicleta ergométrica, na qual foram aplicadas três cargas crescentes (leve, submáxima, máxima) de 3 minutos cada uma. Os motoristas foram orientados para detectar e reconhecer os estímulos luminosos (lâmpadas coloridas de 12v, 4w) que apareciam no campo visual periférico, mediante sua visão binocular, sem movimento de olhos e/ou cabeça. Para determinara homogeneidade da amostragem fizeram se uma anamnese geral, um exame oftalmológico e um exame de campimetria dinâmica, pois os indivíduos que participaram do estudo deviam ter visão normal sem correções. Para determinar as cargas de trabalho, realizaram-se, primeiramente,um teste de telemetria para conhecer a resposta cardíaca destes no lugar de trabalho e, num segundo momento, foi realizado um teste de esforço. Para a coleta de dados foi construído um sistema eletromecânico, complementado por um microcontrolador Little Star, que permitiu comandar os estímulos luminosos periféricos de forma que os motoristas pudessem responder de acordo com a sua sensibilidade de percepção visual, enquanto pedalavam na bicicleta ergométrica Com base na análise de variância com medidas repetidas os dados permitem afirmar que existem diferenças estatísticas (p < 0,05) em relação ao tempo de experiência dos grupos e da carga, na decisão perceptiva da detecção. Quanto ao reconhecimento, também revelou diferenças estatísticas em relação à carga (p < 0,05) e interação grupo-carga (p < 0,01). O estudo mostrou, por meio da análise estatística do teste qui-quadrado (X2), que não existe diferença estatística (p > 0,05) no número de erros de detecção e reconhecimento, dependendo do tempo de experiência. Também se verificou, por meio da análise estatística de Friedman (X2p), que as cargas crescentes de trabalho têm influência significativa (p < 0,01) nas decisões perceptuais de detecção e reconhecimento dos indivíduos categorizados como motoristas.