Resumo

O diabetes mellitus tipo 2 se desenvolve em decorrência da falta de insulina ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Para o diabético tipo 2 o controle glicêmico inadequado pode contribuir para o aparecimento de outras doenças, entre elas as doenças cardiovasculares e a hipertensão arterial. O tratamento não farmacológico mais recomendado para o controle do diabetes mellitus tipo 2 (DM 2), além da dieta, é a prática regular de atividade física orientada com o objetivo de reduzir a resistência à insulina e controlar a pressão arterial. A hipertensão arterial é uma das complicações associadas ao DM 2. Tem sido demonstrado que o exercício físico agudo traz benefícios para indivíduos hipertensos por meio da hipotensão pós-exercício (HPE). Objetivos: Investigar e comparar os efeitos do exercicio físico agudo de 20 min realizado em cicloergômetro a 90 e 100% do limiar anaeróbio (LA) sobre as respostas hemodinâmicas durante e após o exercício em indivíduos diabéticos tipo 2. Métodos: Onze indivíduos portadores de DM 2, ativos (58,5 +- 10,2 anos; 31,2 +- 3,8 Kg.m2-1; 18,4 +- 3,6 ml.Kg-1.min-1; 85,5 +- 36,1 W P pico; 50,5 +- 28,7 W LA) realizaram quatro visitas no período da manhã sendo as três últimas randomizadas. Na 1º visita houve mensuração do peso, altura e realização de teste incremental até exaustão voluntária com carga inicial de 15 W e incrementos de 15 W a cada 3 min para registro de traçado eletrocardiográfico analisado por cardiologista e para determinação do LA por meio de visualização do ponto de inflexão do lactato. Na 2ª, 3ª ou 4ª a alimentação foi padronizada para todos os voluntários nestas visitas em que primeiramente o indivíduo permaneceu sentado em repouso durante 20 min e teve a PA e a FC mensuradas. Duas destas visitas foram destinadas a realização de exercício retangular com duração de 20 min a 90 e 110% do LA sendo a outra visita destinada a situação controle (CON) em que o indivíduo permaneceu sentado durante todo o experimento. Aos 20 min de exercício ou sem exercício (CON) e a cada 15 min foram mensuradas. Resultados: Não houve diferença estatística nas variáveis mensuradas durante a recuperação pós-exercício entre as duas intensidades, porém as maiores quedas de PA em relação ao repouso ocorreram após os 110% LA quando comparadas aos 90% (-8,1 x -5,8 mmHg para PAS; -2,5 x -1,8 mmHg pra PAD e -3,6 x -2,4 mmHg para PAM) enquanto que durante a situação controle a PA foi elevada em até +5,2 para PAS; +5,9 para PAD e +5,6 para PAM. Conclusão: O exercício em cicloergômetro com duração de 20 min nas intensidades de 90 e 110% LA não causou redução significativa da PA durante a recuperação pós-exercício nestes indivíduos, no entanto, apesar da estatística não mostrar diferença, o exercício a 110% LA promoveu maior queda que o exercício a 90% LA enquanto que na situação controle todos os valores de PA mensurados durante as 2 horas foram superiores aos valores de repouso pré-experimento sugerindo que estes exercícios agudos nestas intensidades com duração de 20 min promoveram benefícios aos indivíduos reduzindo sua PA prévia e que, com certeza, ficar sentado (situação sem exercício) não é o melhor a fazer para o controle da PA destes indivíduos.

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