Resumo

Uma melhor função contráctil do miocárdio em resposta ao exercício têm sido observada em seres humanos e animais, in vivo, em corações isolados e em preparações multicelulares. Estudos em miócitos cardíacos isolados têm sido realizados com modelos animais buscando revelar os mecanismos responsáveis por tal adaptação. Esta revisão buscou discutir as adaptações mecânicas dos miócitos cardíacos ao exercício crônico. Os estudos com células isoladas reforçam os achados em seres humanos e animais, in vivo, revelando que o exercício crônico pode aumentar a contractilidade intrínseca do miocárdio, apesar de alguns resultados divergentes. Os resultados indicam que o exercício crônico não é capaz de alterar a concentração intracelular de cálcio e a tensão passiva dos miócitos cardíacos, entretanto, pode aumentar a sensibilidade dos miofilamentos ao cálcio, especialmente quando os miócitos são estendidos, gerando uma maior tensão ativa. Parece que estas adaptações são mais pronunciadas nas células situadas próximo ao endocárdio. As divergências entre os estudos podem ter sido causadas pelo uso de diferentes modelos de exercício, técnicas para medir contração, condições experimentais e isolamento de células de diferentes regiões do ventrículo. PALAVRA-CHAVE: hipertrofia, contractilidade celular, força cardíaca, sub-epicárdio, sub-endocárdio.