Resumo
O presente estudo teve por objetivos comparar, no que diz respeito ao gasto energético (GE), exercício físico contínuo (EC) e intermitente (EI), de maneira a contribuir na escolha de estratégias para a prevenção ou para o tratamento da obesidade em adolescentes. Adolescentes eutróficos (16,8 ± 1,1 anos) e obesos (15,5 ± 0,8 anos) foram submetidos à dois métodos de exercício físico, de forma aguda. Foram avaliados: consumo de oxigênio (VO2), produção de gás carbônico (VCO2), quociente respiratório (QR), lactato e glicose sanguíneos. Esses valores foram avaliados na linha de base, durante e após os exercícios. O EC e EI foram realizados na intensidade dos limiares 1 e 2, respectivamente. Para caracterização dos grupos, os adolescentes foram comparados quanto à composição corporal (bioimpedância), medidas antropométricas (IMC e circunferência da cintura), quanto aos lipídeos plasmáticos (colesterol total e frações, triacilgliceróis) e dados hematológicos (hemograma). As variáveis foram comparadas por teste t-student independente, análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas e correlação de Pearson, adotando-se p=0,05. Os principais resultados indicaram: obesos têm valores mais elevados de gordura corporal, CC e leucócitos; eutróficos apresentaram maior potência aeróbia. Em resposta ao exercício, o EC em relação ao EI promoveu maior GE de 8% e 24% no grupo EU e 24% e 24% no OB, em valores absolutos e relativos, respectivamente. Na comparação entre os grupos em valores relativos, o grupo EU apresentou maior GE durante o EC e EI em 18% e 32%, respectivamente. O grupo EU apresentou uma recuperação mais eficiente nos intervalos do EI. Conclui-se que o EC promoveu um maior GE absoluto e relativo em relação ao EI, entretanto, o componente EPOC pode minimizar essa diferença. Desta forma, o EI pode ser considerado uma opção para diversificar as estratégias utilizadas em programas de prevenção ou tratamento da obesidade.