Resumo

Objetivo: investigar os efeitos do treinamento de corridas de longas distâncias no ciclo menstrual, densidade óssea, composição corporal e potência aeróbia. Métodos: 17 mulheres, 9 corredoras e 8 não praticantes de atividade física regular (grupo-controle), foram submetidas ao seguinte protocolo: 1) dosagens séricas de estradiol, progesterona e prolactina; 2) densidade óssea de coluna (DO col) e fêmur (DO fem); 3) massa magra, gordura corporal e % de gordura; 4) teste ergoespirométrico máximo, em esteira rolante, para determinar o consumo máximo de oxigênio (VO2 max) e limiar anaeróbio (LA); 5), monitorização da freqüência cardíaca de treinamento nas corredoras. Resultados: todas as mulheres, corredoras e grupo-controle eram eumenorréicas, não sendo observadas diferenças em níveis séricos de estradiol, progesterona e prolactina. A densidade óssea foi maior (p < 0,05) nas corredoras do que no grupo- controle (DO col 1,27 ± 0,09 vs 1,17 ± 0,08 g/cm2 e DO fem 1,05 ± 0,18 vs 0,88 ± 0,06 g/cm2). A massa magra foi maior (p < 0,01) nas corredoras que no grupo-controle (41,32 ± 3,41 vs 36,36 ± 3,48 kg), a gordura corporal e % de gordura foram maiores (p < 0,01) nas mulheres que não praticavam exercícios, em relação às corredoras (20,42 ± 6,10 vs 9,87 ± 4,35 kg e 35,40 ± 6,07 vs 18,83 ± 7,14 %). O consumo máximo de oxigênio e o limiar anaeróbio foram maiores (p < 0,01) nas corredoras do que nas mulheres do grupo-controle (VO2 max 55,18 ± 3,57 vs 37,01 ± 3,31 mL/kg/min, LA 44,42 ± 3,84 vs 20,92 ± 3,76 mL/kg/min). As corredoras treinavam 68,89 km/semana (50-100); durante os treinamentos, a freqüência cardíaca era abaixo do limiar anaeróbio, intensidade média de 92,10 % LA (88,68 97,17). Conclusão: os resultados sugerem que, apesar das grandes distâncias percorridas, o treinamento em intensidade, abaixo do limiar anaeróbio, de todas as corredoras contribuiu para importantes benefícios fisiológicos, sem nenhum prejuízo funcional. PALAVRAS-CHAVE: mulheres, exercício, potência aeróbia, ciclo menstrual e massa óssea.