Resumo
Na vigência do exercício físico, o coração se ajusta às cargas tanto do ponto de vista metabólico como mecânico. O treinamento físico possibilita ajustes elétricos, morfológicos e mecânicos no músculo cardíaco. No presente trabalho, ratos Wistar machos jovens divididos em grupo controle (C), grupo resistido (R) e resistido associado ao exercicío aeróbio (RA), foram utilizados para verificar os efeitos destes tipos de exercícios no miocárdio do ventrículo esquerdo. Os grupos R e RA foram submetidos a 5 semanas de exercício, sendo 5x por semana de treinamento resistido utilizando uma escada de madeira medindo 110 cm de altura, com degraus de ferro e inclinação de 80 graus, o grupo RA realizou ainda, após exercício resistido, corrida em esteira ergométrica programável, com 65% do VO2 máximo, 5 semanas sendo 5x por semana. Para obtenção dos dados foram utilizadas técnicas morfométricas e estereológicas aplicadas em secções ultrafinas do miocárdio da parede ventricular anterior, com auxilio de um sistema de análise de imagens (Axio Visio, Zeiss). Foram medidas a área dos miócitos e densidade numérica dos miócitos e vasos, e a densidade de volume (%) dos miócitos, vasos e interstício miocárdicos. Os resultados mostram que nos animais do grupo RA, verificou-se aumento do número de miócitos (27%), da área dos miócitos (21%) por campo e aumento de sua densidade (5%) por campo, aumentou número de vasos por campo e sua densidade (28% e 36% por campo respectivamente), com redução do espaço intersticial do miocárdio (51%). No grupo R, ocorreu aumento da área dos miócitos (29%), densidade (%) de miócitos por campo estudado (5%) com redução do espaço intersticial (31%), não ocorrendo alteração no número e densidade de vasos (% por campo). Conclui-se que ambos os tipos de exercícios produziram ajustes quantitativos aparentemente benéficos no miocárdio, sendo que, no exercício concomitante esses ajustes foram mais significantes.