Resumo

Este trabalho pretende estimar a importância de factores genéticos e do envolvimento nos níveis de actividade física (ActF) e aptidão física associados à saúde (ApFS) em crianças. Os dados provêm de 96 pares de gêmeos monozigóticos e dizigóticos do arquipélago dos Açores (Portugal) cuja idade varia entre os 6 e os 12 anos. A ActF foi estimada com base no questionário de Godin e Shephard e a ApFS foi avaliada a partir da bateria de testes Prudential Fitnessgram. O cálculo das estimativas da influência genética e do envolvimento comum e único foi efectuado com base em procedimentos bem referenciados na literatura. Os resultados sugerem que cerca de 25% das diferenças interindividuais nos níveis de ActF podem ser atribuídas a efeitos genéticos. Já os valores de ApFS evidenciam um maior contributo génico: 32% na prova do trunk lift, 53.4% na prova de push-up, 38.4% na prova de curl-up, 58.2% na corrida-marcha da milha e 88% no índice de massa corporal. Em conclusão pode referir-se que os efeitos genéticos que governam as diferenças interindividuais são de magnitude baixa a moderada, exceptuando o índice de massa corporal. De particular importância é o efeito do envolvimento comum. Este último dado deve ser considerado de modo importante no sentido de consolidar a relevância da família, sobretudo dos progenitores na promoção de um estilo de vida activo e saudável. PALAVRAS-CHAVE: actividade física, aptidão física, gémeos, crianças.